Na Krônica desta semana pretendia abordar sobre o fato de a comunidade nipo-brasileira ter perdido seu último meio de comunicação impresso, apesar da promessa do surgimento de outro. A ver…
Mas resolvi mudar o tema porque, mais propriamente no Japão, a notícia do momento é a da morte da atriz, cantora e dubladora, Sayaka Kanda, filha de dois ícones também do meio artístico, Seiko Matsuda, cantora, e Masaki Kanda, ator.
No Japão midiático o simples fato de um artista popular falecer já é motivo para grandes manchetes na imprensa de modo geral, mas pela forma como ocorreu, mesmo sem a certeza das razões, só aumentou a especulação a respeito. Caiu do 14º andar de um hotel, em Sapporo, onde estava hospedada.
Caiu? Saltou? Foi empurrada? Acidente? Suicídio? Assassinato? Ainda não há resposta.
Já escrevi a respeito neste mesmo espaço e também na Folha de Fernandópolis (Suicídio, a morte sem resposta? – 20/11/1999), motivado por… suicídios em minha cidade!
Em todas, sempre deixando claro que se tratava da opinião de leigo e não de especialista porque não sou de “invadir praia alheia”… tecnicamente, mas alguns pitacos dou, sim, por ter vivido vários anos naquele país e conhecido diretamente (quando mochileiro) a cultura de outros, desenvolvidos e não, além de sempre atraído por temas relativos, especialmente nos desenvolvidos.
Por isso, até o oposto já trouxe para ilustrar o assunto, como os “serial killers” que costuma ocorrer em países desenvolvidos. E Suécia e Suíça estão dentre os de maiores índices de suicídios. Razões que me levam a crer serem por culpa do cotidiano muito igual somado à pressão da concorrência de mercado. Por isso já afirmei… e constatei, que nesses países, programas pastelões nas TVs são os que mais sucesso fazem, assim como um ídolo se tornar um deus por se tronarem referência de vida.
Para vincular ao caso da cantora, é preciso lembrar da cultura tradicional desse país, do significado desses atos como defesa da honra (harakiri) ou patriotismo (kamikaze) que não o banaliza, mas dá a entender como algo natural. Assim, somado ao cotidiano sempre igual e pressão contrária, cada um reage conforme sua formação.
Por isso, naquele país, o bulling está sempre presente como motivação. E não apenas entre crianças. Quem conhece a cultura japonesa sabe o mal que causa a cultura do “Senpai/Kouhai”, que se estende desde as escolas e se mantém nas empresas. Nem os artistas estão livres disso.
E soube recentemente de um tal Death Note, criado pelo animê japonês, mas já muito popularizado no mundo. A cantora é do meio a ponto de até ser premiada como dubladora de Anna, em Frozen.
Ou seja, tudo é possível. Também não vou especular. Eu, héim… rs
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