09/08/1996
Tóquio tem uma população idêntica à de São Paulo.
Devido a problemas de ordem sismológica, é uma cidade mais horizontal. E assim como o nosso envolvimento com a região do ABCD, Tóquio também não tem mais fronteiras com seus vizinhos satélites, como Urawa, Hachioji, Kawasaki, etc.
Doze linhas de metrô espalham-se por toda a cidade, algumas intermunicipais, todas interligadas e integradas com as linhas de trens comuns e o trem-bala.
É possível ir a qualquer ponto da cidade apenas com o Metrô, sem contar a perfeita malha de transportes coletivos de superfície. Além disso, os anéis viários jogam os veículos pesados para as periferias, veículos esses que ainda têm os níveis poluentes rigorosamente controlados.
Que tal se perguntar sobre a qualidade do ar dessa cidade?
Nagoya tem uma população inferior à do Rio de Janeiro, pouco superior a 4 milhões de habitantes.
Vivi nessa cidade por dois anos seguidos e fazia uso do metrô diariamente para me dirigir à Universidade, no horário de pico, portanto. Cheio ficava, mas não lotava.
Tinha, no total, cinco linhas de metrô.
A malha de transportes de superfície também era perfeita. Tudo integrado ao todo. Ônibus, trem e metrô. Aí que constatei o bom funcionamento de um corredor de ônibus.
Mesmo critério de fiscalização para a circulação de veículos pesados.
Qualidade do ar? Sem comentários.
São Paulo, uma cidade do tamanho de Tóquio, tem exatamente a metade de linhas de Metrô de Nagoya: duas linhas e meia!
Corredor de ônibus? Alguns, para não ser injusto.
Caminhões… à vontade, inclusive em relação às suas fumaças pretas.
Dizem que o rodízio de carros reduz o nível de poluição do ar em cerca de 20%.
O problema é que, para o nível de poluição que ora já atingimos, 20% é a mesma coisa que não reduzir nada.
E eu aqui, impedido de trabalhar com o meu carro, uma vez por semana.
Sei não… mas acho que não é por aí não.
(Essa Nipônica foi publicada há 25 anos no jornal São Paulo Shimbun, ou seja, os números citados estão
hiper desatualizados… mas nem tanto… rsrs. As populações das cidades aumentaram,
mas se mantém proporcionalmente, mesmo passado meio século. Em compensação,
no que se refere às redes de transportes coletivos, apanhamos longe deles.
Se bem que, aqui, o conceito é que vale e se mantém)
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