21/06/1996
“Próxima Estação… #@&%!” Ou “#@&%… Liberdade!”
Ou até “Próx… #@&%… Da Árvore” Ou ainda “#@&%… #@&%…”
São as formas que estamos acostumados aos anúncios de próximas paradas feitos pelos condutores dos nossos comboios metroviários.
Não sei o motivo de tais chiados.
Mas a verdade é que essa situação nos força a ficarmos muito atentos aos nomes gravados nas estações se pretendermos descer nos lugares certos. Ai daquele distraído, ou daquele que estiver no meio do corredor de um vagão lotado, quando perceber com atraso que aquela era a sua estação.
Essa prestação de serviço, na verdade, tem também a função de beneficiar o usuário no aspecto psicológico, como a de deixá-lo mais à vontade e descontraído dentro do comboio, devido ao seu dia a dia ser essa loucura de tensão que conhecemos muito bem.
No Japão, até para evitar transtornos ao próprio condutor que precisa estar atento aos controles, os anúncios são dados por meio de gravação, ativada a cada estação automaticamente.
Mesmo nos transportes coletivos de superfície, como ônibus, esse serviço é oferecido ao usuário, com a vantagem de se colocar na voz de uma profissional de melhor fluência, além de, naturalmente, numa voz mais agradável do que a de um “marmanjo” qualquer.
E mais ainda. Não apenas o nome da estação como também informações complementares do que existe nas imediações de cada parada, como integrações metrô/ônibus, escolas, igrejas, shoppings, etc., são anunciados.
Sem contar as recomendações de dar lugar aos idosos, deficientes ou gestantes, respeitar sua direita ao entrar ou sai do vagão, etc., etc…
Trata-se de uma prestação de serviço nem um pouco dispendiosa ao Sistema Metroviário, que até poderia ser pago por patrocinadores e interessados.
E mesmo a eles próprios, por se tratar apenas da criação e redação de mensagens e do trabalho de uma locutora, num fita inferior a uma hora… criando apenas cópias para cada comboio…
– Xiii…! Com licença! Acho que passei da minha estação…
(Para que o leitor não ache absurda muitas das afirmações acima, deste escriba, preciso relembrar que foi escrito há 25 anos expressando, pois, a realidade da época. Lógico que, após tantos anos, até pela globalização e tecnologia quase tudo não existe mais. Mas trazer de volta essas nipônicas antigas parece-me ser o mesmo que revelar aos jovens de hoje que o “orelhão” ou a máquina de escrever já fizeram parte de nossas vidas. Né, não?!)
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