O Pavilhão Japonês no Parque Ibirapuera recebe a exposição Bancos Indígenas do Brasil com formatos da fauna brasileira, que apresenta cerca de 70 peças da coleção BEI que prossegue até 05 de agosto. Ao comemorar os 110 anos da chegada dos primeiros imigrantes japoneses no Brasil, a exposição apresenta e homenageia as relações entre duas culturas que compartilham um intenso sentido de integração com a natureza, traduzido pelo uso sustentável da madeira.
Para o índio Mayawari da tribo Mehinoko da terra indígena do Xingu em Mato Grosso destaca a integração com o japoneses. “Nós temos muitas coisas em comum como o respeito à natureza, o uso responsável da madeira”, elogia. “Os bancos são extraídos das árvores como Piranheira, Sucupira, Moreiras e outras árvores, queremos ser referência em arte designer em bancos de madeira”, ressalta Mayawari.
E completa, “as nossas bandeiras tem as mesmas cores, nós usamos o urucum para colorir de vermelho nas manifestações culturais em nossa aldeia. Os japoneses tem o vermelho como um dos elementos da natureza, o sol na bandeira”.
Bancos produzidos por povos de várias regiões do alto e baixo Xingu, sul da Amazônia, Tocantins, Norte do Pará, Mato Grosso, Guianas e Noroeste amazônico, a exposição constitui um olhar multicultural sobre a relação entre a matéria-prima e a obra final, o uso do material e sua preservação, a natureza e o fazer artístico.
Nesse movimento de aproximação entre a arte indígena e a japonesa, os organizadores pretendem expor a forma como ambas, cada um a seu modo, cultivam o rigor e ao mesmo tempo que reverenciam a tradição, assimilam as transformações trazidas por nossa época – os índios, por exemplo, hoje usam ferramentas e introduzem inovações em sua arte, mas mantêm-se fiéis aos ensinamentos de seus antepassados.
É significativo que a exposição da Coleção BEI de bancos indígenas se dê em 2018, quando se comemora os 110 Anos da Imigração Japonesa no Brasil. Da mesma forma, é notável que ela ocorra no Pavilhão Japonês no Ibirapuera, projeto de Sutemi Horiguchi inspirado no Palácio Katsura e erguido em 1954 conforme técnicas tradicionais do Japão. A sincronicidade se completa com a exposição de outra seleção de bancos da coleção, que seguirão para Tóquio, onde ocuparão o Museu Teien, construção art déco que reflete a influência da arquitetura ocidental em território japonês no início do século XX.
Exposição Bancos Indígenas do Brasil
Período: 9 de junho a 5 de agosto de 2018
Visitação: quarta, sábado, domingo e feriado
Horário: das 10h às 17h
Local: Pavilhão Japonês do Parque Ibirapuera (próx. ao Museu Afro e Planetário)
Acesso: Portão 3 e 10 – Av. Pedro Álvares Cabral
Entrada Gratuita
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