Nesta semana, entre os dias 03 e 05/nov, a Osesp volta a se apresentar na Sala São Paulo com um amigo de longa data, o maestro britânico Neil Thomson, em apresentações que terão também o oboísta Joel Gisiger, integrante da Orquestra, como solista convidado. O programa começa com a Abertura Concertante, do brasileiro Camargo Guarnieri, seguida do belíssimo Concerto para Oboé, do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart; e, na segunda parte, terá o segundo movimento da obra Três Lugares na Nova Inglaterra, de Charles Ives, e a Nona Sinfonia do russo Dmitri Shostakovich. A apresentação de sexta-feira (04/nov), às 20h30, contará com transmissão ao vivo no canal oficial da Osesp no YouTube.
Já na segunda-feira (07/nov) nossa Orquestra apresenta um concerto com repertório ligeiramente reduzido no Teatro B32, na Av. Faria Lima, dentro da série de apresentações da Osesp nesse novo espaço da cidade (programa completo e serviço abaixo).
O oboísta italiano Giuseppe Ferlendis tinha apenas 22 anos quando, em 1777, passou a fazer parte da orquestra da capela de Salzburgo onde trabalhou com Wolfgang Amadeus Mozart. As habilidades excepcionais de Ferlendis levaram Mozart a compor para ele um concerto que se tornou a mais importante obra clássica para oboé e orquestra, o Concerto para Oboé em Dó Maior. A obra rapidamente conquistou enorme sucesso junto ao público e aos músicos e, até hoje, é um standard do repertório oboístico. De fato, o concerto tem tudo para agradar: temas inesquecíveis, contrastes empolgantes, trechos de virtuosismo com saltos desafiadores e um estilo operístico que se percebe, principalmente, nos momentos de lirismo enternecedor e em passagens rápidas repletas de graça. Mescla nobreza e refinamento com a vivacidade e a leveza de espírito que nos acostumamos a pensar como as qualidades mais evidentes do melhor estilo clássico.
Desde Beethoven, todo compositor que embarcou em sua Nona Sinfonia se sentiu pressionado. Shostakovich teve um fardo especialmente difícil de carregar. Suas duas sinfonias anteriores haviam retratado o sofrimento da guerra e, com a iminente derrota de Hitler, era dado como certo que uma composição sobre a vitória, de proporções épicas e triunfantes, comporia uma trilogia. “Queriam que escrevesse uma Nona Sinfonia majestosa. Todos louvavam Stalin, e eu devia participar dessa sujeira. Exigiam um naipe quádruplo de sopros, coro e solistas para saudar o líder”, teria dito a Solomon Volkov, autor de sua biografia. Tendo de escolher entre compor um hino vazio à glória de Stalin ou uma reflexão honesta sobre as dificuldades que as pessoas continuavam a viver, Shostakovich optou por uma terceira via. Escreveu uma peça de música puramente abstrata; uma obra pura e perfeita, quase neoclássica. Mas, Stalin ficou furioso quando ouviu a obra e a baniu pelo resto da sua vida. Assim, a peça só foi gravada em 1956 e tampouco foi particularmente bem recebida no Ocidente. De acordo com um crítico norte-americano, “o compositor russo não deveria ter expressado seus sentimentos sobre a derrota do nazismo de maneira tão infantil”. E, no entanto, de que outra maneira ele poderia tê-los expressado? Shostakovich pode não ter retratado a dor e o sofrimento que continuaram crescendo após a derrota de Hitler, mas, ao se recusar a celebrar a vitória nos moldes exigidos por Stalin, não só enfrentou o poder do ditador, como contribuiu para diminuí-lo.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina; desde 1999, tem a Sala São Paulo como sede. O suíço Thierry Fischer é seu Diretor Musical e Regente Titular desde 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Prêmio da Música Brasileira.Neil Thomson
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Goiás desde 2014, o maestro inglês foi Regente Titular do Royal College of Music de 1992 a 2006, do qual é membro honorário. Já gravou com a Orquestra Sinfônica de Londres e regeu concertos com as Filarmônicas de Londres, de Tóquio, Nacional Russa, Sinfônicas da BBC e Yomiuri Nippon, além da Osesp. Lecionou no Mozarteum em Salzburgo, na Academia de Música de Cracóvia e em diversos festivais, incluindo o Festival de Verão e Inverno de Campos do Jordão. Joel Gisiger Joel começou a se dedicar ao oboé em 1983 na Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP), com o professor Benito Sanches, e aperfeiçoou-se com Washington Barella. Em 1989 recebeu bolsa da Fundação Vitae para estudar na KarajanAkademie, da Filarmônica de Berlim, passando a ter aulas com Lothar Koch — lá atuou em concertos da própria orquestra e de grupos de câmara. Lidera o naipe de Oboés da Osesp, onde atua desde 1988, e é membro-fundador do Quinteto de Sopros Camargo Guarnieri. Como solista, já se apresentou com diversas orquestras brasileiras, dentre elas, as Sinfônicas da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de Santo André e a Orquestra de Câmara São Paulo, além da própria Osesp. Vem desenvolvendo uma sólida trajetória como educador, ministrando aulas em festivais como o de Inverno de Campos do Jordão, de Música de Brasília, Poços de Caldas e Londrina. É professor da EMMSP e da Academia da Osesp. Os concertos sinfônicos da Temporada Osesp 2022 na Sala São Paulo têm o patrocínio da Meta, do Itaú, da Klabin, da igc, da Usiminas, da Almaviva, da Deloitte, da Crown Embalagens, da Kapitalo, do Mattos Filho, da Salesforce, do Credit Suisse, da NTT Data e do UBS Investment Bank por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.PROGRAMAS
TEMPORADA OSESP: NEIL THOMSON E JOEL GISIGER
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
NEIL THOMSON regente JOEL GISIGER oboé M. Camargo GUARNIERI | Abertura Concertante Wolfgang Amadeus MOZART | Concerto para Oboé em Dó Maior, KV 314 Charles IVES | Três Lugares na Nova Inglaterra: 2º Movimento Dmitri SHOSTAKOVICH | Sinfonia nº 9 em Mi Bemol Maior, Op.70 TEMPORADA OSESP NO TEATRO B32ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
NEIL THOMSON regente JOEL GISIGER oboé Wolfgang Amadeus MOZART | Concerto para Oboé em Dó Maior, KV 314 Dmitri SHOSTAKOVICH | Sinfonia nº 9 em Mi Bemol Maior, Op.70[Temporada Osesp: Neil Thomson e Joel Gisiger] SERVIÇO 03 de novembro, quinta, às 20h30 04 de novembro, sexta, às 20h30 – Concerto Digital 05 de novembro, sábado, às 16h30 Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 50,00 e R$ 230,00 – preços inteirosNeste link (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h. Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners. Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.
[Temporada Osesp no Teatro B32] Bilheteria (INTI): 07 de novembro, segunda, às 19h30 Endereço: Teatro B32 | Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.732, Itaim Bibi Taxa de ocupação limite: 478 lugares Classificação: Livre Ingressos: Entre R$ 80,00 e R$ 150,00 (preços inteiros), na bilheteria e nos sites do teatro e da Osesp. Estacionamento: – Vallet: Acesso pela R. Lício Nogueira, 90 – Itaim Bibi. Preço: R$ 40,00 – Self Park: Acesso pela R. Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 1051 – Itaim Bibi. Preço: R$ 30,00 pelas 3 primeiras horas e R$ 10,00 pelas demais.IMPORTANTE: Seguindo as orientações do Decreto Municipal nº 61.307, de 13 de maio de 2022, a Sala São Paulo deixa de exigir o comprovante de vacinação contra a Covid-19 para a entrada de seus públicos em concertos e demais atividades da casa. Segundo nota publicada pela Prefeitura, “a decisão leva em conta as mais de 31,2 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aplicadas em todas as faixas etárias e grupos elegíveis, (…) além da diminuição das internações hospitalares” ocasionadas pelo vírus. Lembrando que o uso de máscaras é facultativo desde o dia 17 de março — a proteção segue obrigatória em transportes públicos coletivos como ônibus, trens e metrô, e nas unidades de saúde. A Fundação Osesp segue comprometida com a higienização constante dos espaços, zelando pelo bem-estar de seus diversos colaboradores e do público.
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