17/05/1996
Circulando pela cidade, tenho observado como aumentou o número das máquinas de refrigerantes. Dessas que com uma ficha e um simples toque de botões, recebemos em troca o sabor de nossa preferência, sem ninguém a nos servir!
Na era da globalização e do consumismo, essa máquina não pode mais ser considerada uma novidade em qualquer cidade grande do planeta.
O mesmo não podemos afirmar em relação à quantidade delas em São Paulo, que é ínfima. Uma disparidade!
Basta ver o número de computadores, micro-ondas, telefone celular, tvs à cabo, etc., presentes nos lares paulistanos, que não fica nada a dever ao primeiro mundo.
É óbvio que comparar com o Japão seja uma covardia, porque lá, em qualquer cidade, em quase todas as esquinas, podemos contar com uma dessas máquinas maravilhosas para matar nossa sede.
Nos campos ou arrozais, onde quer que seja, ao alcance de nossa vista, logo é possível descobrir uma. E mais, existem máquinas que oferecem até os mais variados pratos da culinária japonesa; salões com apenas essas máquinas… com mesas e cadeiras. Verdadeiros restaurantes sem garçons!
É realmente uma grande invenção. Prática e eficiente!
Mas… pensando bem, lá pra cima da linha do Equador! A razão está aí, à nossa volta, que não permite nem que os nossos “orelhões” se mantenham de pé durante muito tempo.
Pois é, o telefone público também é uma grande invenção, prática e eficiente… mas não aqui, porque dura apenas até alguém o destruí-lo. E pior, muitas vezes, apenas por puro vandalismo.
Somando-se ao atual estado de pobreza da população, imagine essas máquinas espalhadas pela cidade sem nenhum policiamento?
Daí a disparidade. Seus fabricantes não se arriscariam.
É…! Durante muito tempo ainda, seus usuários deverão ter de recorrer aos atuais locais como os shoppings, postos de gasolina ou lojas de conveniências que garantam a integridade delas.
Bom… eu, particularmente ainda sou do balcão…
– Ei, moço! Mande uma guaraná, aí!
(Esta é a segunda Krônica à comemoração de meus 25 anos de coluna. Até por isso, pela leitura, é perceptível informações ultrapassadas, como “orelhão”, telefone público, etc… rs. Também pudera. Foi escrita quando nem redes sociais existiam. Mas não é tão temporal assim em se tratando de Brasil, porque ainda, realmente, não podemos ter essas máquinas espalhadas por aí. Né, não?!)
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