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MAM São Paulo recebe a mostra de documentários Filmes do Barro, com curadoria de Rodriguez Remor

Frame de Dagmar Filha do Barro. (Foto: Rodriguez Remor)

Na mostra, o duo de artistas que integra o 37º Panorama da Arte Brasileira, em cartaz no museu, resgata pesquisas audiovisuais sobre práticas cerâmicas tradicionais.O Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta nos dias 16 e 23 de outubro e 6 de novembro a mostra Filmes de Barro, uma programação de documentários com curadoria de RodriguezRemor – duo de artistas que integra o 37º Panorama da Arte Brasileira -, com exibições gratuitas no auditório Lina Bo Bardi.

A mostra resgata pesquisas audiovisuais sobre práticas de cerâmicas tradicionais e busca revelar as mestres e seus saberes apresentando técnicas, procedimentos, questionamentos e contextos de grupos étnicos e ancestrais no território brasileiro. Refletindo sobre o fazer do barro, a urgência da salvaguarda desses conhecimentos, que minguam na mesma medida em que territórios tradicionais são loteados e invadidos recebendo novas populações e funções. É um convite para o público lançar um olhar crítico sobre os domínios da cerâmica que estão intimamente ligados ao território e sensibilizar sobre esses costumes e modos de vida em desaparecimento.

Entre os curtas elencados pela curadoria, estão Dagmar, Filha do Barro – uma versão condensada da vídeo-instalação homônima de RodriguezRemor, em apresentação no 37º Panorama da Arte Brasileira- e o longa Do Pó da Terra, de Maurício Nahas. Os filmes conectam a manufatura cerâmica ao longo do rio Jequitinhonha, de onde se retira o barro sagrado que define a vida dos artistas que vivem às suas margens, tanto em Minas Gerais, quanto na Bahia.

A programação também inclui curtas documentais que narram conhecimentos e fazeres do Nordeste brasileiro e de duas culturas indígenas, a Mbyá-Guarani e a Javaé.

Veja a seguir a programação completa. Os ingressos podem ser obtidos de forma gratuita, mediante inscrição no site do MAM.

16 de outubro, domingo

Sessão 2 (1h22min) – 11h, 14h e 16h30

Dagmar, Filha do Barro, 2022, RodriguezRemor, 21min

O filme acompanha o cotidiano da artista baiana Dagmar Muniz de Oliveira, que manufatura os maiores vasos cerâmicos do Brasil. Uma pesquisa audiovisual sobre a força do matriarcado na luta pela sobrevivência e manutenção de tradições ancestrais, em cruzamento com as etapas de confecção cerâmica: a busca do barro na foz do Jequitinhonha, a secagem e a preparação da argila, a modelagem das peças em família, o enfornamento dos potes e a singular queima em forno caieiras.

Vitalino – Lampião, 1969, Geraldo Sarno, 9min

Do barro de telha ou massapê começa a surgir, pelo trabalho do ceramista Manuel Vitalino dos Santos, uma imagem de Lampião, o rei do Cangaço. Segundo o artista, filho do Mestre Vitalino, o mais famoso artesão do barro do Nordeste, seria preferível abandonar a arte a ter que mudar sua forma artesanal de produção. Tradição e consumo são discutidos quando a arte chega para ser comercializada na Feira de Caruaru em Pernambuco. Marcando a trilha sonora, a voz do cantador Severino Pinto.

Mestre Nado: A Terra, a Água, o Fogo e o Sopro, 2013, Tila Chitunda, 17min

Ele mistura terra, água, fogo ao sopro. Dessa alquimia Mestre Nado cria o som do barro.

Maragogipinho, 1968, Guido Araújo, 22min

Na Feira de São Joaquim, em Salvador, encontra-se a maior concentração de cerâmica popular da Bahia. Quase toda a produção desta afamada cerâmica utilitária e de adorno vem da vila de Maragogipinho. Situada no Recôncavo Baiano, essa pequena comunidade de oleiros vive há mais de 200 anos da produção artesanal de objetos de cerâmica populares. O filme, com um tratamento de acentuado caráter etnográfico, mostra todo o processo de produção da cerâmica, desde a retirada da argila do barreiro até a colocação do produto acabado no mercado consumidor do Recôncavo e da capital baiana. Há também uma preocupação no filme, de registrar as condições de trabalho, o cotidiano da comunidade e o relacionamento entre as pessoas que vivem da produção de cerâmica no Maragogipinho.

Louça de Deus, 2016, Eudaldo Monção Jr, 13min

Bahia, séc XIX, Patrício saiu de Maragogipinho, navegando pelo Rio Jaguaripe até Nazaré, em uma canoa abarrotada de miniatura de utensílios domésticos feitos em barro. Assim começou a Feira de Caxixis, maior evento ceramista da América Latina.

23 de outubro, domingo

Sessão 3 (1h24min), 11h, 14h e 16h30

Dagmar, Filha do Barro, 2022, RodriguezRemor, 21min

O filme acompanha o cotidiano da artista baiana Dagmar Muniz de Oliveira, que manufatura os maiores vasos cerâmicos do Brasil. Uma pesquisa audiovisual sobre a força do matriarcado na luta pela sobrevivência e manutenção de tradições ancestrais, em cruzamento com as etapas de confecção cerâmica: a busca do barro na foz do Jequitinhonha, a secagem e a preparação da argila, a modelagem das peças em família, o enfornamento dos potes e a singular queima em forno caieiras.

Barro Vivo: Cerâmicas de Coqueiros, 2013, Adriana Feliciano, 27min

No filme Barro Vivo, você vai descobrir a deslumbrante história de alegres artesãs que utilizam as tradições da cerâmica indígena para embelezar sua atividade cotidiana na cidade de Coqueiros, Recôncavo da Bahia. Os sentidos ficam aguçados pela leveza, elegância e coragem de artesãs baianas que se enobrecem pelo trabalho feito com amor, cultura e sofisticação.

Dona Cadu (Mestres Navegantes), 2018, Betão Aguiar e Gabriela Barreto, 6min

Às margens do rio Paraguaçu, na comunidade de Coqueiros, Maragogipe, Bahia, Dona Cadu mantém viva uma das artes mais antigas do mundo. No encontro da terra com a água a vida ganha contorno e um século de beleza reluz nos olhos serenos desse patrimônio feminino da cultura brasileira.

Kerexu, 2019, RodriguezRemor, 19min

Desde a coleta da argila nas margens do rio até a queima artesanal em forno e em fogo de chão, o filme acompanha o processo de produção da cerâmica indígena no Sul do Brasil. Os conhecimentos passam pelas mãos de uma das últimas ceramistas Mbyá-Guarani na região, Kerexu Jera Poty.

O documentário teve como objetivo fornecer apoio às escolas de ensino fundamental a serem introduzidas no contexto e nas técnicas tradicionais de cerâmica Mbyá-Guarani.

Javahé, 1959, Harald Schultz, 11min, sem áudio

Registros da produção cerâmica da cultura Javaé, que pertencem ao arquivo do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, sob a catalogação: A000082 – Javahé, Araguaia, Brasil, da Enciclopédia Cinematográfica de G. Wolf, 1959, 10:44. Os Javaés vivem na Ilha do Bananal e no norte do Tocantins, como também, no Mato Grosso, Goiás e Pará.

6 de novembro, domingo,

Sessão 4 (1h40min), 11h, 14h e 16h30

Dagmar, Filha do Barro, 2022, RodriguezRemor, 21min

Acompanha o cotidiano da artista baiana Dagmar Muniz de Oliveira, que manufatura os maiores vasos cerâmicos do Brasil. Uma pesquisa audiovisual sobre a força do matriarcado na luta pela sobrevivência e manutenção de tradições ancestrais, em cruzamento com as etapas de confecção cerâmica: a busca do barro na foz do Jequitinhonha, a secagem e a preparação da argila, a modelagem das peças em família, o enfornamento dos potes e a singular queima em forno caieiras.

Do Pó Da Terra, 2016, Maurício Nahas, 1h19min

Um retrato afetivo e aprofundado sobre a relação entre os artesãos e moradores do Vale do Jequitinhonha e a matéria-prima que utilizam, o barro, substância que vem da terra de onde vieram os homens e que dá a chance de transformar a miséria em arte.

Serviço

Filmes do Barro
Local: Auditório Lina Bo Bardi, MAM SP
Curadoria: RodriguezRemor
Datas: 16,23 de outubro e 6 de novembro
Horários: 11h, 14h e 16h30
Ingressos: Inscrições gratuitas através do site do museu
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Telefone: (11) 5085-1300
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante/café
Ar-condicionado
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