Colunas Krônicas

KRÔNICAS: Um yankee (Gerald Thomas) e um japa (eu)… na praça!

Foto: Silvio Sano

Aproveitando a questão sobre discriminações, quaisquer que sejam, lembrei-me de um papo afim, no caso étnico, via email, que tive com Gerald Thomas, diretor teatral e dramaturgo, radicado nos EUA na época deste papo, que até rendeu um artigo para mim e outro para ele, conforme deixou insinuado… rs. “Acho essa nossa troca de mail importantíssima (pra mim) pois vai acabar me rendendo uma coluna…”, encerrou-o assim o email (27/04/1998, às 14h46).

Nunca recebi cópia desse artigo, apesar de termos nos encontrado logo a seguir, em agosto, quando veio ao Brasil devido ao seu projeto ”Lorca na Rua”, encenada sobre a carroceria de um caminhão, mas também no entorno, atrás, na frente, e avançando até pela plateia, para ser apresentada em praças de várias cidades. Nosso encontro ocorreu na Praça da Sé, em frente à catedral.

A razão de nosso papo se deveu a uma entrevista de Caetano Veloso, pela citação de afirmações “baianas” de um Antônio Carlos Magalhães ainda afetado pela recente morte de seu filho Luís Eduardo, mas que remeteu Gerald à sua infância no Brasil, entre 7 e 14 anos, quando afirmou ter sofrido bullying.

Contou-me que foi… “xingado de alemão, judeu, yankee, de tudo”… no que o contestei! Na hora ficou chocado, mas aos poucos aceitou.

Apesar de começar afirmando que sempre criticara os descendentes de gregos, poloneses, russos, etc. (japoneses?… rs), por não saberem quase nada sobre suas “pátrias mães”, ouviu minhas ponderações.

Contei-lhe que, diferentemente dele que veio “estrangeiro”, nasci “estrangeiro” no Brasil e que, por isso, nasci já falando a língua nativa e podendo me defender melhor dessas diferenças.

Mas não por isso. Afirmei que sempre achei esses tratamentos “estereotipados” mais como de discernimento do que de atitudes discriminatórias, conclusão tirada em minhas andanças como mochileiro pelas Américas quando até de “chino” fui chamado… não xingado!… bem mais claro… e simpático, do que um… “Hei! Tú, alli!” ou “Ei! Você, aí!” porque sabia a quem estava se dirigindo meu interlocutor. Simples assim.

Silvio Sano

- ARQUITETO, pela Univ. Mackenzie (1974), tendo como auge o projeto executivo da arquibancada superior do Estádio Santa Cruz (Recife), em 1981/82; ESCRITOR (sete livros, um dos quais: Corinthians, 100 Anos - Gols Ilustrados); COLUNISTA e CHARGISTA, desde 1996; JORNALISTA, com MTb desde 2012; e, COMPOSITOR (haicais e versões em português de músicas estrangeiras);
- conhece o Japão por quatro óticas diferentes (bolsista, 1975; lua-de-mel, 1980; Univ. Nagoya, 1985/87; e. decasségui, 1989/92);
- um dos administradores dos sites Nikkeyweb e Portal Oriente-se.
- Palestrante (tema atual: Konflitos Nikkeis, mesmo após mais de um século);
- tem páginas no Facebook, Twitter, Instagram e canal no Youtube
- email: silvio.sano@yahoo.com

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