— “Quem é tímido aqui?”, perguntei, certa vez, no início de uma palestra “Konfrontos & Konflitos nikkeis mais de um século depois”. Adivinhem? De imediato, dois… nikkeis, levantaram firmes, as mãos!
— “Tímidos?”, apontei-lhes aos demais participantes, com sorriso maroto, enquanto todos também riam, sem deboche, espontaneamente. Por isso, ambos, com olhares surpresos, perceberam que, talvez, tivessem se precipitados.
Não foi bem isso, mas foi ótimo para quebrar o gelo e começarmos logo com debate e, claro, tendo-os como protagonistas… rs. Por isso, apenas a esse item o debate “foi longe” a ponto de quase provarmos que timidez é algo inerente no descendente. Lógico que não é algo exclusivo dos nikkeis. Pode até ser mais frequente neles, mas por outras razões… tarefa aos especialistas explicarem. Não eu!
O que não nos impede de debatê-lo e até chegarmos a algumas próprias conclusões.
Por exemplo, a minha é a de que tem também a ver com outra característica, esta sim, inerente no japonês e seus descendentes que é o… MIÊ!, cuja tradução literal ao português é: aparência! E não literal: APARÊNCIA!… rs.
Explico. E o faço a partir de um exemplo clássico do economista americano William Ouchi, em Teoria Z, que cita o caso de uma mãe cujo filho trabalhava no centro da cidade e que, habitualmente, chegava tarde em casa. Mas por uma questão de momento no trabalho, de repente, passou a chegar cedo. Passado algum tempo, ela pede ao filho para voltar a chegar tarde, mesmo “fazendo hora” no centro. A razão era porque os vizinhos já estavam comentando sobre a situação dele no emprego. Isso, é o Miê… não literal!
Por isso, falo por mim, vindo do subconsciente, a timidez nikkei tem também a ver com o não se expor para não fazer feio. Eu era assim… e ainda sou um pouco, creia! É também um dos temas dessas palestras porque, mesmo depois de mais de um século, há ainda uma multidão de nikkeis como eu… rs.
Ou seja, porque já passou da hora de, juntos, derrubarmos esses konfrontos e konflitos ainda em nós. Né, não?!
Deixe seu comentário