Uma das boas notícias que nos chega neste período conturbado do “mardito vírus”, é o fato de o Japão, sem cumprir obrigatoriamente o isolamento social, ter mantido controle sobre a pandemia no país e, nesta semana, encerrado completamente o estado de emergência.
O interessante é que, mesmo especialistas em Japão, não chegaram a razões conclusivas sobre esse feito alcançado por eles. Até enumeraram dezenas delas, grande parte técnico-científicas, mas também ligadas a tradições e costumes.
A mais evidente, dentre estas, é o uso de máscaras, que já vai se tornando hábito no mundo inteiro, algo que a população japonesa já fazia, desde há muito, até mesmo a simples resfriado.
Outra, é a forma de cumprimento sem toques de mãos, muito menos de abraços ou beijos como os ocidentais fazem. E olha que o inverso já estava encaminhado a ocorrer naquele país, atualmente, repleto de estrangeiros, mesmo que mui lentamente devido à forte tradição milenar. Ainda bem?
Até a culinária foi citada por sua característica oxidante, com forte presença de ômega 3, visto que se alimentam muito de pescados, o que também justifica a ausência de obesos naquele país. E assim por diante.
Mas o que me chamou a atenção foi a de outra matéria relativa, que se encaixa na parte das tradições e cultura do povo, que é o fato de o japonês sempre pedir desculpas quando acha que praticou algo constrangedor a outrem, por imperceptível que seja. Do dito… aitê ni meiwaku wo kakenai (nunca constranger ou embaraçar alguém).
Parece algo tolo, e eu próprio achei na primeira das quatro vezes em que estive lá (bolsista, lua-de-mel, estudante estrangeiro e decasségui), até concluir, nas vezes seguintes, o quão poderosa é essa postura! Tanto que, neste período, algumas pessoas públicas até já pediram desculpas, em público… por terem se contaminados pelo covid-19!
Por isso, não me causou nenhuma estranheza as cenas de civilidade mostradas no pós tsunami, muito menos das cidades limpas daquele país… assim como, se essa for a verdadeira razão do sucesso desse controle da pandemia.
Preciso e esclarecedor a sua kronica, meu caro Silvio.
Parabéns!