Não! Não estou querendo esfriar a louvável iniciativa de Hatiro Shimomoto. Ao contrário, desde há muito (uns vinte anos) venho chamando a atenção ao escopo desse Movimento Político Nikkei, “atirando” (no bom sentido) para todos os lados: Bunkyô, associações, comunidade e políticos nikkeis. No bom sentido porque sempre os fiz de maneira construtiva, argumentada… e de época.
Comecei a escrever artigos em 1996 como ensaio à minha primeira obra literária e, nessa época, recém-retornado do Japão, resolvi abordar temas de cidadania em situações do dia-a-dia de lá e de cá. Como estava completamente afastado da comunidade nipo-brasileira até então, os primeiros foram plenamente crônicas, pelas lembranças das passagens no Japão.
Mas daí, o compromisso de ter de escrever periodicamente acabou por me estimular um olhar mais crítico para tudo, para a sociedade brasileira e, principalmente à comunidade… que não conhecia. Deu no que deu… até para “pegar no pé” dela!
Se bem que quem sou eu para fazê-lo?! Tanto, que ninguém nem deve ter reparado em meus artigos porque essa iniciativa de Shimomoto-san dá a entender ser a primeira nesse aspecto.
Olha só! Em 1999, escrevi “Nikkei político, não!”; em 2000, Vereadores Nikkeis, Debate Nikkei, Candidatos Nikkeis e, mais a ver com o tema, Somos Todos Culpados! (logo após o revés na eleição daquele ano); e em quase todos os anos, até o desastre passado, com “Eleições… konflitos nikkeis são os culpados!”, e que motivou esse Movimento. Escrevi também “O Papel dos Bunkyôs aos Candidatos Nikkeis” (2010) e, em alguns daqueles debates inúteis às vésperas das eleições, com presença de apenas assessores… e parentes (?) dos candidatos, cheguei a conversar com alguns dos políticos e coordenadores dos mesmos para chegar às minhas conclusões.
Por isso, o que desejo, de verdade, é sucesso a Shimomoto-san porque quem ganhará com isso é a própria comunidade, mas o marasmo geral, por culpa das entidades líderes, é que me levou ao título acima.
E olha que tem eleições aí, no Bunkyô!
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