Não sei se o título está claro, mas o que quis dizer é que quaisquer tipos de discriminação (social, econômica ou étnica) são… “coisa” de adultos incutindo-a em crianças, pais a filhos… de cima para baixo!
Escrevi a respeito, há muito tempo, baseado na relação de meu filho com seu grupo de amiguinhos… do Japão, e que me deu razão à decisão de não ficarmos em definitivo naquele país.
Explico. Recém-chegados (esposa, filho pequeno e eu) de lá, após curso de dois anos na Universidade Nagoya, aqui, acabei entrando para a estatística da violência urbana no país. O movimento dekassegui mal começava. Como éramos três e já adaptados ao Japão, revoltado, resolvi ir embora do país por esse meio! E nosso filho tinha frequentado a escola de lá, naquele período.
Mas de minha parte, como conhecia bem aquela “sociedade das aparências” e, dessa vez, morando naquele país por período mais longo, aos poucos fui invertendo o raciocínio e concluindo que a violência mental poderia ser mais danosa do que a física ao filho. Ao fim, resolvemos arriscar e retornar ao Brasil.
Meio ano após, uma carta de um dos amiguinhos dele, do Japão, acabou por consolidar minha decisão de retornar. Nela, dizia que parara de brincar com um dos outros amiguinhos porque ele era… pobre!! Ué?! Antes não era?!
“Coisa” de pais! Né, não?!
Trouxe o tema porque três recentes postagens relativas, apesar de sobre discriminação étnica, nas redes sociais, remeteram-me ao meu exemplo acima.
Na primeira, uma foto com três bebês, um de cada cor, confabulando mui alegremente; na segunda, uma GIF, com dois pais, um branco e um negro, caminhando na mesma calçada, sentidos contrários, com respectivos filhos pequenos, quando estes, ao se virem, largam as mãos deles e correm para se abraçarem; na terceira, um vídeo, com uma senhora negra e um bebê loiro no colo, ambos trocando olhares singelos, quando, de repente, alguém tira-o do colo dela e ele começa a chorar até o devolverem para ela, com largo sorriso.
Preciso “desenhar” para provar que essa “coisa” de discriminação vem de cima?!
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