Recentemente, em bate-papo com um amigo japonês sobre redes sociais, quando me falou de como elas nos deixa a par de tudo, dos arredores, e também do mundo, brincando, acrescentei que até para jogar conversa fora serviam…
“Como assim?!”, perguntou-me.
Ah… sim!… minha ficha caiu. Ele era japonês e não tinha entendido o que a expressão queria dizer. Tive de lhe explicar que era muito usada por nós, brasileiros, para se marcar um encontro descontraído entre amigos, de modo geral, num boteco. Ao menos, nunca ouvi alguém usá-la para um restaurante, ou mesmo a uma boate… rs.
Ou seja, usada como desculpa para bebericar. Por isso o contexto da conversa pouco importava. Lógico que muita coisa boa… e até útil, podia sair nesses encontros, mas não era o objetivo e, por isso, secundário, podendo ser desprezado… jogado fora! As nossas calçadas em frente aos bares que o digam… principalmente a de pertinho de casa… ai… ai… ai…
Mas tenho de lhes dar um desconto visto que, quando jovem, fiz o mesmo com amigos, e até mesmo com minha esposa, nas cantinas da Av. Ibirapuera (o shopping recém-inaugurado), moda na época. Quem se lembra? A diferença era a de que as mesas não atrapalhavam a passagem dos pedestres. Mas isto é outra conversa.
Mais tarde, com a movimentação daquela avenida cada vez maior, a moda se deslocou para Vila Madalena, deixando claro que, na verdade, essas conversas jogadas fora, que citei, eram da… intelectualidade e dos estudantes. Mas as de boteco, dos cidadãos comuns, como a pertinho de casa, sempre existiram e acho até que se trata de herança das cidades do interior, também minha origem.
Após essas explicações, ele entendeu e afirmou que no Japão os convites eram diretos: Nomimashou? (Vamos beber?). Concordei porque estive lá e convivi também com nativos. Recordo-me de que de tão literais que eram, até se esqueciam de comer e ficavam bêbados facilmente… rs.
E concordou que isso também ocorre nas redes sociais, com a diferença de que, mesmo sem convites, intrusos entram até para… “roubar uns goles”.
Bem lembrado. Né, não?!
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