Realizado no dia 24 de Agosto de 2023, no Kaikan Três Coroas, o Happyokai da Banda Blue Star Hibrida, finalmente tornou realidade o projeto, talvez inédito no mundo, de banda híbrida nesse formato. Com o auditório cheio do começo ao fim, com praticamente mesmas pessoas, independentemente de serem os próprios cantores, ou seja, de simpatizantes que foram para realmente assistir ao evento, apenas comprova a aprovação da ideia.
Em rápida pesquisa pela internet, fora duas bandas conhecidas literalmente com esse nome (Brasil e País de Gales), o que se achou foi que o que fazem é tocarem estilos musicais completamente diferentes, como Rock e Reggae no caso da brasileira e vários outros no da galesa, que as levaram a utilizarem esses nomes.
No caso da Blue Star, em virtude da dificuldade de se juntarem a quantidade de músicos suficiente aos ensaios, Robertinho Suguimura, o responsável pela banda, teve essa ideia em consequência do “fique em casa” provocado pela pandemia da Covid, mas de forma indireta.
Na verdade, a primeira consequência desse isolamento foi a das inúmeras composições que produziu nesse período. Tendo de ficar “trancado” em casa, não ficou parado. Comprou um programa para arranjos musicais e fez curso específico para utilizá-lo. O resultado foi o Festival Robertinho de Músicas Inéditas, realizado em 5 de junho de 2022, com a apresentação de 59 composições, todas de sua autoria.
Mas o problema de se reunir vários músicos, para mesmos dias de ensaios, persistia.
Como agora já tinha conhecimento de arranjos musicais via aplicativos de informática, com mais um programa que possibilitava intervenções, como separação de instrumentos, teve a feliz ideia de juntar o eletrônico (áudio) com o ao vivo. Daí, sim, de forma literal, nasceu o nome Híbrido, ou Banda Blue Star Híbrida, que se tratava do uso de um áudio, com cerca de 7 instrumentos, que se somariam aos 4, ao vivo, que foram retirados deliberadamente do áudio.
“Trata-se de uma banda musical para acompanhamento a cantores, de forma mista entre o homem e a tecnologia, que chamo de banda híbrida, que na minha opinião era algo totalmente desconhecido até o momento”, justificou Robertinho. “Esse processo é inédito na colônia japonesa. Os arranjos são exatamente iguais ao tradicional. É feita para 10 instrumentos, somado por 4 instrumentos ao vivo, sendo sax, trompete, guitarra e bateria, que produzem o som de uma grande banda”, complementou. “E o que é mais importante, com a conotação de uma banda totalmente ao vivo. Os arranjos são feitos os mais próximos possíveis do original do Karaoke do próprio cantor”, acrescentou. “Acho que estamos no caminho certo. Para isso continuaremos treinando sempre. A minha alegria é a satisfação que o sistema deu certo, pois os cantores cantam com muita facilidade”, concluiu.
O Happyokai com a banda híbrida
O evento teve início com uma apresentação da banda, já no formato híbrido, para em seguida apresentar ao público, um a um, seus componentes, de instrumentos ao vivo: Mário Tsuchida, saxofone; Wook Yung, trompete; Tadashi Watanabe, guitarra; e, Robertinho, bateria.
Com isso foi feito apenas uma pequena Abertura, com o mestre de cerimônia, Takahata Shoji convidando a formar a mesa para saudações ao público, o líder da banda Blue Star, Robertinho, como é chamado; Amélia Anzai, anfitriã dos ensaios e do Happyokai; e Akira Ikawa, que deveria participar do mesmo, mas porque sofrera cirurgia recente, por ordem médica não pode cantar.
Na sequência, o mestre de cerimônia convidou seus companheiros às apresentações dos cantores ao longo do evento, Kazue Takahira e Shigueaki Ozono, para também saudarem o público antes de iniciarem.
Devido à ausência dos dois primeiros cantores que, até seriam homenageados por terem mais de 88 anos, o evento começou pela cantora Tiyoko Takamitsu para dar início à sequência das 89 apresentações, total do dia, a fim de se cumprir a programação constante do livro-programa.
A seguir, conforme o cronograma anexo, foram desfilando um a um, com interrupção maior apenas para o almoço, por razões óbvias, mas realizado em comum acordo com o público no formato japonês do Mochiyori (americano), o que possibilitou também maior interação entre cantores e público simpatizante, razão de muitos terem ficado também para o jantar, convidados que foram, formalmente, via programa.
Mas esse Happyokai, além da novidade do formato híbrido trouxe também um clima muito saudável e alegre, de forma que, em muitas das apresentações, até o público foi convidado a tomar parte das coreografias puxadas pelos grupos de danças Vésper, de Vila Carrão, e do espontâneo do próprio Blue Star.
A participação de cantores com quimonos também combinou muito bem com a banda e o clima de alegria e descontração propiciou torcidas de familiares, além de algumas apresentações exóticas e hilárias até.
Cinco pessoas seriam homenageada pela anfitriã, Amélia Anzai, nesse dia. Três por terem idade acima de 88 anos, por não faltarem aos ensaios e ainda estarem cantando, que seriam Yasue Matsuno (números 1 e 24), com 93 anos; Tadao Fugi (números 2 e 33), com 94 anos; e, Saori Fugi (números 20 e 37), com 88 anos.; e que, por motivos de saúde tiveram de se ausentar do Happyokai que tanto desejavam. “Mas receberão suas homenagens em casa“, garantiu Robertinho Suguimura, As demais duas foram Hiromi Tanaka (números 7 e 76), pela extraordinária colaboração em todos ensaios; e Lídia Aoki (números 39 e 82), por ter doado 100 capinhas para uso nos microfones dos cantores.
Ao final, o grande jantar com a participação dos que se mantiveram até o final.
A seguir, alguns depoimentos dos participantes dessa experiência híbrida indicando que o formato veio mesmo para ficar!
Depoimentos:
“De minha parte, só tenho elogios para essa ideia da banda híbrida criada pelo Robertinho. Dez anos atrás, já tive uma experiência desse tipo, mas com dois instrumentos ao vivo enquanto tocavam um karaokê, muito diferente do que ele faz, retirando do áudio os quatro instrumentos que serão tocados ao vivo. Muito melhor. E fico admirado também com a paciência dele em, além de retirar os quatro instrumentos do ao vivo, ainda compor os respectivos arranjos deles. Além disso tudo, como ele mesmo tem afirmado, resolveu o problema de antes de, nos ensaios, sempre faltarem um ou dois músicos. Agora está completa! Parabéns, amigo Robertinho!” (Takahata Shoji, cantor, músico e mestre de cerimônia)
“Como um dos integrantes da nova banda, primeiramente agradeço pelo convite do mestre Robertinho para encarar este novo desafio que, de início, fiquei meio com pé atras sobre o resultado do projeto. Mas com o passar do tempo o Robertinho, com a perseverança de sempre, foi fazendo as melhorias, tipo, colocar fones de ouvido para cada um dos músicos, que foi o que mais nos ajudou, a nós músicos, e por tabela aos cantores, enfim. Hoje não vejo diferença nenhuma desta nova banda para as outras grandes bandas da colônia. E tem outra…. COMPUTADOR não erra… Esta é a grande vantagem!!!”. (Tadashi Watanabe, guitarrista da banda)
“Só tenho a agradecer ao Robertinho por tudo que faz em prol da nossa cultura mantendo por tanto tempo a banda que todos nós sabemos o quanto é difícil. Este conceito de banda híbrida é uma grande solução para vários fatores nas bandas, apesar de não substituir a improvisação de uma banda completa. Mas para aqueles que gostam de cantar com a perfeição de uma orquestra ajuda muito. Obrigado por fazer parte deste seu mundo que a gente tanto adora”. (Alberto Nakata, cantor)
“Só tenho pontos positivos para destacar da nova versão da Banda Blue Star. O arranjo da base da música feita com os instrumentos via aplicativo, somado aos músicos que fazem o acompanhamento ao vivo, completam e valorizam o trabalho de base feito pelo Maestro Robertinho”. (Célia Tamashiro, cantora)
“Com muito prazer tenho muito a agradecer ao Robertinho e a todos os integrantes da Banda que proporcionam muito para minha cantoria, com muita paciência e dedicação. E agora que é híbrida, sinto-me como se estivesse cantando no HALL de NHK, como se fosse um grande cantor! Muito obrigado Robertinho e todos os músicos”. (Eduardo Kanai, cantor)
“Grande compositor e maestro! Você sempre surpreendendo com inovações! Parabéns pela realização desse evento com o novo formato de banda, Robertinho! Realmente ficou bastante prático e eficiente. Tanto para nós, os cantores, como para os músicos!” (Haruo Nagahama, cantor)
“De minha parte, o que tenho a afirmar, com convicção, é que essa ‘invenção’ da banda ser híbrida, fez com que tudo ficasse mais fácil para nós, cantores, cantarmos pela impressão de banda completa. Parabéns Robertinho pela sua genialidade!” (Kiyoshi Hobo, cantor)
“A Banda Híbrida é bastante interessante e diferente pois é uma nova forma de compor e tocar. Estou gostando muito. Em poucos minutos pode se fazer várias adaptações. E participar desse grupo é tudo de bom. Parabéns, Robertinho pela sua extrema dedicação!” (Leni Yamashita, cantora)
“Esse formato híbrido foi realmente uma grande descoberta, Robertinho, porque faz com que nós, cantores, sintamos como se estivéssemos cantando com CD. Deve ser por isso que não senti nenhuma dificuldade para cantar., e como se estivesse cantando no CD”. (Margarida Saiki, cantora)
“Manter as tradições juntamente com a modernidade é algo maravilhoso, com um complementando o outro, e assim é a banda híbrida do nosso maestro Robertinho! Por isso nos sentimos muito bem cantando com a banda”. (Regina Miyake, cantora)
“Confesso que fiquei triste com a redução do número de integrantes da banda, caro Robertinho, pois já estava acostumado no formato anterior, com a banda completa! De toda forma, dentro de nossa realidade de se juntar os músicos, e vendo agora o resultado obtido, sinto que a qualidade da produção musical não caiu e mantém o seu nível o que é o mais importante!” (Roberto Mitsuishi, cantor)
“Para mim, sob o comando do maestro Robertinho, a banda Híbrida chegou, com certeza, para ficar! E no ano que vem a banda em si, completará 60 anos de longa vida! E o Robertinho, sempre inovando, sempre compondo e montando partituras, sem demonstrar um pingo de cansaço, trouxe-nos agora a novidade da banda híbrida, uma forma de nos contemplar como se uma banda completa fosse!!! Parabéns ao sr Robertinho!!” (Shigueaki Ozono, cantor)
“Minha preferência ainda é à banda tradicional completa… para shows, para espetáculos! Mas como sabemos das dificuldades para se manter membros efetivos, ainda mais neste nosso instável país, entendemos que a banda híbrida seja mesmo a melhor solução para continuidade… dos ensaios! E banda híbrida, no nosso caso da Blue Star, vai muito bem porque temos o excelente maestro, compositor, arranjador e… estudioso em informática específica, que é o Robertinho, o que significa que a banda híbrida veio para ficar… para ensaios! Mas o Happyokai me contradisse, porque mesmo com apenas quatro visíveis músicos a impressão foi de uma banda completa para a felicidade geral dos cantores e do público. Né, não?!”. (Silvio Sano, cantor)
(Texto: Silvio Sano – fotos: do próprio e de Shigueaki Ozono)
Parabéns Silvio Sano, pela excelente reportagem! E o q falar do maestro Roberto Suguimura…o nosso amigo Robertinho…ótimo compositor, arranjador, músico, enfim…faz com excelência, tudo q se propõe a fazer. A banda híbrida, foi uma grande ideia, q deu muitíssimo certo! Parabéns ao Robertinho e a sua grande esposa Amélia, pelo lindo evento! Os admiro demais! E obrigada, por me permitir fazer parte da comissão…fiquei mto feliz!
Nossa que Organização é dedicação adorei tudo .Parabéns a todos envolvidos.
Que evento lindo .Muita organização .Show Parabéns 🎊