30/08/1996
“Há muitos anos, um político brasileiro foi à Inglaterra para visitar um colega inglês, igualmente, político, e ficou admirado ao vê-lo morando em uma enorme mansão mesmo sendo apenas político.
A explicação veio ao ser puxado para perto de uma das janelas da sala onde o inglês apontou-lhe uma direção.
— Está vendo aquela ponte? 10% estão no meu bolso! — frisou o inglês.
Mais do que depressa, tão logo retornou ao Brasil, o brasileiro resolveu aplicar o aprendizado recente.
Algum tempo depois, foi a vez do inglês retribuir-lhe a visita, no Brasil.
Como não podia deixar de ser, também ficou igualmente deslumbrado com o palacete onde agora morava o brasileiro.
Idêntica explicação… dessa vez com o brasileiro puxando o inglês para junto da janela.
— Está vendo aquele viaduto? — apontou para uma direção.
— Mas… mas… Não tem nenhum viaduto ali! — refutou firmemente o inglês.
— Pois é! 100% estão no meu bolso! — completou com muita satisfação o novo político brasileiro”.
E… pois é, novamente! Essa foi uma piada muito difundida na Europa, 5 anos atrás, sobre o já conhecido abuso, ganância de certos políticos brasileiros.
Não que não haja corrupção por lá. A diferença está na punição ou impunidade que determinam o grau de possibilidade, bem como a percentagem.
No Japão… é óbvio que também tem, e a punição é muito pior porque atinge, por tabela, toda a família e, às vezes, até parentes distantes e de forma avassaladora tal a cobrança daquela sociedade das aparências em relação a comportamentos.
E lá, assistindo a algumas campanhas políticas, pude testemunhar desfiles de políticos nas ruas usando luvas brancas para acenar ao público, como símbolo de trabalho e honestidade.
Mas também pude ouvir de amigos nativos de lá, cidadãos comuns, que muitos deles usam as luvas brancas apenas por fora porque, por dentro, diziam, estão manchadas de muitas sujeiras.
Ou seja, como em qualquer lugar do planeta, lá também tem falcatruas, corrupção, etc., A diferença, novamente, está apenas no grau e na forma de como são punidos.
(Se escrevi essa krônica há 25 anos e afirmei que ouvi a piada cinco antes (do correspondente da Jovem Pan,
em Paris, Reali Jr, já falecido), significa que já desde há muito é que nossos políticos vem
formando essa opinião a respeito deles próprios mundo afora. Né, não?! )
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