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Fundação Kunito Miyasaka completa 25 anos de existência com muita integração ao meio ambiente e apoio à cultura

Roberto Yoshihiko Nishio preside a Fundação há 10 anos. (Foto: Luci Júdice Yizima)

A jovem Fundação Kunito Miyasaka, apesar de ser uma instituição contemporânea tem muita história para contar e grandes conquistas e feitos. Para saber um pouco dos 25 anos de trajetória da Entidade, entrevistamos Roberto Yoshihiro Nishio, aos 80 anos de idade, desde 2013 preside a Fundação. Confira a entrevista. 

Portal Oriente-se – Como surgiu a Fundação Kunito Miyasaka e qual o propósito da criação da Fundação para a comunidade japonesa? 

Roberto Nishio – A Fundação Kunito Miyasaka foi constituída em 21 de outubro de 1998, há 25 anos, portanto, com o propósito de dar suporte financeiro às entidades beneficentes, isto é, sem fins lucrativos da comunidade nipo-brasileiro, para que pudessem desenvolver suas atividades assistenciais, sociais, culturais e esportivas. 

 

Portal Oriente-se – Qual a importância da Fundação Kunito Miyasaka para a sociedade brasileira?  

Roberto Nishio – Como a Fundação Kunito Miyasaka é, ainda, uma instituição de pequeno a médio porte, dizer que ela é importante para a sociedade brasileira talvez seja pretensão demais. Contudo, acreditamos que, ela tem sido importante para as entidades da comunidade nipo-brasileira desenvolverem suas atividades, principalmente na área cultural, contribuindo para a viabilização de diversos projetos de preservação e divulgação das artes e da cultura japonesa no Brasil, buscando através dessas ações estreitar o laço de amizade entre brasileiros e japoneses. Nesse sentido, valorizamos muito os esforços de nossas entidades, em especial das entidades que congregam imigrantes provenientes das mesmas Províncias e seus descendentes, os kenjinkais, na publicação de livros que perpetuam as histórias desses imigrantes, importante legado histórico para as gerações futuras. Atuamos, também, junto as entidades assistenciais de nossa comunidade, apoiando-as na santa missão de cuidar de pessoas em situações de vulnerabilidades. Infelizmente, nossas disponibilidades anuais, isto é, o orçamento anual é limitado e não conseguimos contribuir em maior escala, como é de nosso desejo e, certamente, da aspiração dos dirigentes de nossas entidades assistenciais. 

 

Orgulho da Fundação Kunito Miyasaka foi a construção do Parque Ecológico Imigrantes. (Foto: Divulgação)

 

Portal Oriente-se – Como presidente da Fundação Kunito Miyasaka, como o senhor se sente? Qual seu o maior desafio no cargo?  

Roberto Nishio – Assumi a presidência da Fundação em 2013, estando, portanto, há 10 anos no cargo. Nesse período, atuando também voluntariamente em outras entidades de nossa comunidade, tenho tido a oportunidade de conhecer os trabalhos que desenvolvem e as respectivas necessidades, que não são poucas. Nesse sentido, fico com o coração condoído em não poder colaborar em maior escala, mas pedimos a compreensão de todos, pois necessitamos dividir a verba orçamentária de forma a atender a um maior número possível de projetos que chegam às nossas mãos.
Por outro lado, fico feliz quando, com a nossa modesta contribuição financeira, a entidade consegue atingir seus objetivos e vai em busca de novos e maiores propósitos.
O maior desafio no cargo é, sem dúvida, a necessidade de atender ao maior número possível de solicitações que nos são apresentadas, sempre com base no orçamento anual. Mas este desafio eu divido com os demais dirigentes da Fundação, todos ex-diretores ou funcionários do Banco América do Sul, que, após aposentados, dedicam-se voluntariamente a trabalhar para o desenvolvimento da Fundação Kunito Miyasaka e contribuindo para a viabilização das atividades das entidades da comunidade nipo-brasileira. São todos merecedores do meu maior respeito, admiração e gratidão! 

 

 

Portal Oriente-se – Durante os 25 anos de existência da Fundação quais foram as grandes conquistas da entidade?  

O Parque Ecológico Imigrantes recebe e é reconhecido internacionalmente com a Certificação AQUA-HKE (Alta Qualidade Ambiental). (Foto: Divulgação)

Roberto Nishio – A Fundação Kunito Miyasaka foi constituída para apoiar atividades de outras entidades da comunidade nipo-brasileira, como afirmado anteriormente. Nesse sentido, cada um dos projetos a que demos a nossa contribuição foi uma grande conquista para nós. Os cerca de 100 títulos de livros publicados com o nosso apoio podem também ser considerados conquistas importantes. Mas, para não dizer que nada fizemos a não ser viabilizar obras de terceiros, temos um grande orgulho, o Parque Ecológico Imigrantes, que está localizado no km33,5 da Rodovia dos Imigrantes, cidade Santos, logo após o pedágio. Este Parque foi inaugurado em novembro de 2018, no ano da celebração dos 110 anos da Imigração Japonesa no Brasil, com o objetivo de
lutar pela preservação da Mata Atlântica, propiciando condições acadêmicas para o estudo de sua fauna e flora, além de servir de campo prático para a educação sócio/ambiental para pessoas de todas as idades, desde as crianças do jardim de infância até idosos, como eu. Construído totalmente com materiais reciclados, utiliza a força do vento e a luz e o calor do sol para a captação de energia limpa, faz tratamento da água da chuva para abastecer os pequenos lagos onde os animais saciam a sede, enfim, uma série de medidas adotadas em observância ao princípio japonês do Mottainai (evitar o desperdício). Um dos atrativos do Parque é, sem dúvida, a passarela suspensa, construída de material reciclado (pó de serra e plástico de garrafa pet), com escadarias e elev adores para as pessoas com dificuldades de locomoção e cadeirantes, um elevador (“bondinho”) que conduz o visitante ao topo de um pequeno morro (cerca de 40m de altura), percorrendo uma distância de aproximadamente 100m.Já tive a emoção de acompanhar um cadeirante nesse percurso por cima da copa das árvores, quando ele, com lágrimas nos olhos, agradeceu à Fundação Kunito Miyasaka por propiciar-lhe oportunidade de contemplar as árvores de cima para baixo, inclusive de tocar as folhas de suas copas !

A natureza exuberante do Parque Ecológico Imigrantes. (Foto: Divulgação)

Talvez, alguns termos por mim utilizados nesta descrição do Parque Ecológico Imigrantes não estejam tecnicamente corretos, mas peço antecipadamente perdão aos leitores do portal, pois são palavras que vão brotando no pensamento e digitados quase que automaticamente, fruto de nossa paixão por esta fantástica obra, reconhecida internacionalmente com a Certificação AQUA-HKE (Alta Qualidade Ambiental). 

Com o objetivo de lutar pela preservação da Mata Atlântica, propiciando condições acadêmicas para o estudo de sua fauna e flora. (Foto: Divulgação)

Portal Oriente-se – Qual é a fonte de renda da Fundação? 

Roberto Nishio – A Fundação possui um patrimônio e se mantém com as rendas geradas por esse patrimônio, destinando parte delas às suas atividades (contribuições e a manutenção do Parque Ecológico). 

 

Portal Oriente-se – Qual o maior e o menor valor de incentivo para um projeto? E quais os critérios para incentivar um projeto? 

Roberto Nishio – Essas atividades são desenvolvidas de acordo com um orçamento anual   que é estabelecido com a premissa de atender a um maior número possível de solicitações que nos forem apresentadas. A condição básica é que a entidade proponente seja formalmente constituída, esteja com seus registros em ordem e atualizados, não tenha fim lucrativo e seja da comunidade nipo-brasileira.
Enfim,  tudo depende do bom conceito que a entidade proponente desfruta no seio da comunidade, a finalidade do projeto que deve ter finalidade cultural, de assistência social ou esportiva, que se enquadre no escapo de nossa Fundação. 

 

Portal Oriente-se – Para finalizar como o senhor define o trabalho da Fundação hoje? E qual o seu alcance?  

Roberto Nishio – A Fundação é hoje amplamente reconhecida pelo trabalho que desenvolve e temos atuado em projetos e eventos realizados em Rondônia, Pará, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e com maior ênfase no Estado de São Paulo, onde se situa a nossa sede. 

Kunito Miyasaka, um nome gravado na história da imigração japonesa no Brasil.(Foto: Divulgação)

A entrevista com o presidente Roberto Nishio deu para sentir que a conceituada Fundação Kunito Miyasaka é robusta e exemplo de credibilidade e empreendedorismo, colaborando para o aumento do desenvolvimento social, cultural e econômico da comunidade japonesa na sociedade brasileira. País que acolheu desde 1908 mais de 1,5 milhões de imigrantes japoneses, inclusive o empreendedor Kunito Miyasaka, que contribuiu representativamente com o progresso nacional.  

 

 

 

 

 

Assessoria Contábil

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KARATÊ

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