Exposição “A ARTE DE YOSHINO MABE” revela memórias afetivas

A artista plastica Yoshino Mabe.
Foto: Luci Judice Yizima

Aos 91 anos de idade, a artísta plástica Yoshino Mabe, viúva do pintor Manabu Mabe, realiza a partir de 15 de setembro até 15 de outubro, sua primeira exposição individual. A mostra intitulada “A ARTE DE YOSHINO MABE”, ocorrerá no Joh Mabe Espaço Arte& Cultura, à Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4225, Jardim Paulista, em São Paulo, com a realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. A mostra tem a curadoria do crítico de arte Enock Sacramento, com coordenação de Ely Iutaka, concretiza um antigo projeto da artista, o de mostrar individualmente sua produção pictórica. Ao longo de sua carreira Yoshino participou de várias exposições coletivas, sobretudo de artistas da comunidade japonesa em São Paulo, inclusive de Salões do Grupo Seibi.

Pintura de Yoshino Mabe.
Foto: divulgação

Sua primeira exposição solo reunirá 30 pinturas, a primeira delas criada em 1957, ano em que se mudou com o marido e os três filhos – Joh e Ken (gêmeos) e Yugo – de Lins para São Paulo. Trata-se de uma natureza morta com ‘cebolinhas’, pintada conjuntamente com Mabe, cada um em seu cavalete. Yoshino e Mabe pintaram outras naturezas mortas e também paisagens juntos, porém separadamente, ao longo de sua vida. Segundo o curador Enock Sacramento, “estas obras são parecidas, mas não são iguais, pois Mabe nunca estimulou Yoshino a copiar o assunto, mas a recriá-lo livremente”. A mostra inclui cinco pares de pinturas criadas ao mesmo tempo por Yoshino e Mabe, constituindo-se em destaques da mostra.

Yoshino Mabe afirma que sua relação com a arte é simples, discreta, porém marcante. “Inicialmente, eu ficava olhando Mabe pintar”, afirma. “Em São Paulo, ele tinha umas poucas alunas. Continuei a observar como ele fazia. Compreendi que é difícil definir a arte. Meu cotidiano era ser esposa, mãe e dona de casa. Aos poucos, timidamente me aproximei da pintura. E comecei a pintar, no período da tarde, em nossa casa. O que eu faço é dar vida a uma natureza morta através das cores, das formas, conforme a luz. Estou muito feliz em poder exibir meus trabalhos realizados durante a minha convivência com Manabu e uns poucos que realizei depois que ele partiu. Ele sempre me apoiou, me estimulou a pintar embora nunca tenha retocado uma tela minha. Ele apenas falava: por que não faz assim, por que não clareia um pouco aqui…”, relembra Yoshino das ricas orientações do marido.

Cada um em seu cavalete criando sua arte.
Foto: divulgação

De acordo com o curador da exposição “Yoshino Mabe é uma pintora. Aprendeu o ofício com Manabu Mabe e o exerceu por muitos anos, embora de maneira intermitente. É perceptível uma certa influência do marido em sua obra, mas ela procurou seguir seus próprios caminhos”.

A exposição será realizada em decorrência de projeto submetido ao ProAC – Programa de Ação Cultural a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo pela Cataloga.com e terá coordenação geral de Ely Iutaka. As visitas à exposição, em obediência a medidas de segurança sanitária, serão pré-agendadas pelo Sympla, lotação 10 pessoas por sessão, para evitar aglomerações. Os visitantes deverão usar máscaras e na entrada da galeria será disponibilizado álcool gel para todos.