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De Kimonos modernos a artigos de papelaria, japoneses querem ganhar mercado brasileiro

As empresas japonesas buscam companhias parceiras no Brasil que apostem em seus produtos para comercialização no país. (divulgação)

Depois de sucessivas participações na Gift Fair e na Paralela Design, principais feiras de decoração, papelaria, presentes e utensílios domésticos realizadas em São Paulo, as empresas japonesas desses segmentos, além de moda e beleza, desembarcam no país para participar da Japan Kodawari Design, exposição que ocorre entre os dias 3 e 5 de outubro na Japan House, na capital paulista. Além de apresentarem seus produtos, nos três dias as companhias estarão abertas a troca de opiniões em uma rodada de negócios com importadores e distribuidores brasileiros. “As feiras foram ótimos termômetros que nos permitiram conhecer públicos distintos. Definimos agora pela Japan House por ser uma referência de modernidade japonesa, o que a coloca em perfeita sintonia com os produtos que as empresas daquele país querem promover seus negócios ou conhecer parceiros no Brasil”, diz Atsushi Okubo, presidente da Japan External Trade Organization (JETRO), organização de fomento de comércio exterior do Japão responsável por organizar o evento.

No total, 25 empresas japonesas, 15 delas visitando o Brasil pela primeira vez, participam da Japan Kodawari Japan sob a coordenação da JETRO. Algumas dessas companhias são amplamente reconhecidas em feiras internacionais nos Estados Unidos, França e Alemanha. “Procuramos reunir empresas que trazem na bagagem produtos selecionados, caracterizados pelo design requintado e frutos de um processo de produção que harmoniza a melhor matéria-prima com a excelência das técnicas tradicionais que caracterizam o refinado artesanato japonês”, destaca Okubo. Muitas peças são inéditas no Brasil e poderão ser apreciadas inclusive por visitantes que terão vagas limitadas das 10 às 19 horas. “O mercado aqui é receptivo a novos produtos, sobretudo funcionais e com tecnologia agregada e que tenham design sofisticado. Por isso as companhias estão muito otimistas com as reuniões que promoveremos em São Paulo”, completa o executivo.

As empresas japonesas buscam companhias parceiras no Brasil que apostem em seus produtos para comercialização no país. Inovação e tecnologia são dois pilares em que os japoneses investem para conquistar o mercado brasileiro. A AG Limited, de Tóquio, por exemplo, apresentará o Shibaful, um produto desenvolvido como capa de iPhone com textura de gramado, inspirado no Parque Yoyogi e produzido por artesãos com a tecnologia de flocagem eletrostática. Além de capa para celular, o material está presente em jogo de toalha americana, porta-copos para mesa e vaso para flores.

A Akashiya, de Nara, traz para o Brasil produtos que empregam 380 anos de tradição na confecção de pincéis que, mesmo à base de água, não deixam a tinta vazar para o verso do papel. Na mesma linha de produtos será apresentada pela primeira vez no mercado brasileiro as canetas-tinteiro da Platinum Pen, de Tóquio, fabricadas com mecanismo slip and seal, que não permite que elas sequem mesmo que fiquem sem uso durante dois anos.

 

Inovação e tecnologia são dois pilares em que os japoneses investem para conquistar o mercado brasileiro. (Foto: divulgação)

 

Moda, beleza, cozinha e construção – Dois setores que caminham bem no país, moda e beleza devem ser as áreas de maior destaque entre as empresas japonesas que participam da Japan Kodawari. A Motif, de Chiba, busca parceiros interessados em distribuir suas roupas e quimonos com estampas baseadas em pinturas feitas usando pincel de raízes e caules de plantas e tinta sumi em tela de papel torinoko.

No campo da beleza, a Kaminomoto, de Kobe, traz o restaurador de cabelo e o tônico capilar, produzidos com componentes exclusivos CS Base que já fazem sucesso em mais de 45 países. A toalha esfoliante Bubbrich Standard e Hard, da Aisen Industrial, de Wakayama, produzida por um sistema inédito que utiliza três linhas de trama, também deve fazer sucesso graças aos seus fios de nylon quatro vezes mais grossos e que proporcionam um estímulo refrescante à pele.

Entre as demais novidades, a Yoshikawa, de Niigata, que já participou da Gift Fair, está trazendo produtos selecionados pelas lojas MOMA, de Nova Iorque, e Bauhaus Shop, de Berlim, como a faca Nulu Eatoco, com a curiosa e delicada função de raspar a manteiga em formato de rolinhos. Há ainda o ralador Eatoco Oros e a panela inox Yukihira, tradicional desde os anos 700. No setor de artigos de construção está o inovador assento para vaso sanitário com bidê embutido apresentado pela NBD Corporation, de Yokohama.

A Kiyoritsu-Shokai, de Tóquio, especializada em suplementos alimentares e produtos para animais para atender pet shops e hospitais veterinários, aposta nesse crescente mercado, que fechou 2017 com faturamento de R$ 19,2 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Ela apresentará na Japan Kodawari o Guzzy Treasure, brinquedo que estimula a inteligência do cachorro.

 

De olho em bons negócios no Brasil – Para Okubo, o Brasil é um oásis de oportunidades para os japoneses, sobretudo pelo longo histórico da imigração nipônica, que completa 110 anos em 2018, e proporcionou ao brasileiro ter contato com a cultura, tecnologia e a inovação dos produtos desenvolvidos por companhias daquele país. “O Brasil é um mercado importante para nós. Há o interesse das empresas japonesas em emplacar mais negócios por aqui, mas sempre com muita análise. Por isso é fundamental termos parceiros que possam ser desenvolvidos no próprio país”, diz.

O Japão, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio (MDIC), foi o quinto parceiro comercial do Brasil em 2017. No ano passado, as exportações brasileiras ao mercado japonês somaram R$ 5.263 bilhões. As importações, por sua vez, fecharam em R$ 3.762 bilhões, com saldo positivo na balança comercial de R$ 1,5 bilhão. Entre janeiro e agosto de 2018, porém, o cenário tem sido de equilíbrio. Os brasileiros exportaram para os japoneses produtos que totalizaram R$ 2.920 bilhões. As importações, por sua vez, chegaram a R$ 2.980 bilhões. O que o Brasil mais vendeu para os nipônicos nos oito primeiros meses deste ano foram minério de ferro e seus concentrados, frango, soja e café. Comprou, por sua vez, em grande quantidade produtos manufaturados, peças e instrumentos automotivos, rolamentos e engrenagens e compostos heterocíclicos.

Um ponto bastante positivo para que os negócios entre Brasil-Japão não esfriem é a confiança das companhias nipônicas no país. Uma pesquisa da JETRO, efetuada em 2017 com mais de 400 empresas japonesas que operam na América Latina, apontou que 23,2% daqueles que estão instaladas no território brasileiro estão otimistas com melhoras no faturamento em 2018, percentual que foi de 40,6 em 2016 sobre a perspectiva em 2017. Por outro lado, um alerta ao governo: 78,8% das empresas argumentam que a complexidade do sistema tributário e os trâmites fiscais inibem possíveis novos investimentos no país.

 

As empresas que serão representadas pela JETRO durante a Japan Kodawari são a AG Limited, Aisen Industrial, Akashiya,  Daiwa Trading, Designphil, Hayashi, Kaminomoto, Kimura Ohshido, Kyoritsu Shokai, Mac Corporation, Meikodo, Miyake Ceramics, Motif, NBD Corporation, Nikken Cutlery, Nonoji, PG Design, Platinum Pen, Q-Pot, Sandia, Shimatani Syouryu-Koubou, Suncraft Company Limited, Takata Lemnos, Wasara e a Yoshikawa Corporation. “As missões comerciais que temos trazido para o Brasil são uma excelente oportunidade para que os distribuidores e importadores brasileiros conheçam os produtos japoneses. Aos poucos eles poderão ganhar espaço no mercado, pois agregam beleza, qualidade, tecnologia e inovação aos brasileiros”, revela Okubo.

 

 

SERVIÇO

Japan Kodawari Design

Data: 3 a 5 de outubro de 2018

Horário: das 10 às 19 horas (vagas para visitantes são limitadas)

Local: Japan House
Endereço: Avenida Paulista, 52, São Paulo

Informações: https://www.jetro.go.jp/brazil/topics/_427746.html

 

Assessoria Contábil

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