Em grande estilo, no novo normal mais um diplomata do Japão que encerra sua gestão e se despede do Brasil e deixará saudades, o Cônsul Adjunto do Japão em São Paulo Akira Kusunoki. Sempre muito solícito e de um carisma sem igual, o Cônsul Adjunto Kusunoki, ou para os mais íntimos Cônsul Akira como era chamado carinhosamente. Conquistou a comunidade nipo-brasileira com sua simpatia atendendo a todos, sem exceção sempre com sorriso estampado no rosto. Participou de muitos eventos, palestras substituindo o Cônsul Geral do Japão em São Paulo. Teve uma justa homenagem de despedida diferente pelos dirigentes das Associações Japonesas no Brasil, devido à pandemia, atendendo as normas de segurança da Vigilância Sanitária de isolamento social, devido à corona vírus, foi transmitida uma live em 01 de maio, para não perder as tradições nipônicas.
Em entrevista o Cônsul Adjunto Akira Kusunoki natural de Fukuoka (Japão) revela seu carinho pelo Brasil, aos 60 anos de idade, fala muito bem o português, graduado em Estudos de Relações Internacionais, fã da cantora de Ivete Sangalo por influência das filhas, e adora uma boa feijoada. Confira na íntegra a entrevista.
Portal Oriente: Qual foi sua primeira experiência no Brasil?
Akira Kusunoki: 1982 para estudar português em Curitiba no Paraná.
Portal Oriente: Para o senhor o que diferencia a comunidade japonesa no Brasil das comunidades japonesas em outros países?
Akira Kusunoki: A comunidade japonesa no Brasil é mais dinâmica e menos centralizada que em outros países.
Portal Oriente: O que lhe surpreendeu no Brasil?
Akira Kusunoki: Que os imigrantes japoneses são respeitados pelo povo brasileiro em geral.
Portal Oriente: O que não gostou no Brasil?
Akira Kusunoki: Quando experimentei bucho. Não gostei.
Portal Oriente: Dos eventos da comunidade que o senhor participou qual chamou mais atenção? Que causou fascínio?
Akira Kusunoki: Apresentação de taiko de vários lugares. Emocionante!
Portal Oriente: Como Cônsul Adjunto o senhor se destacou e conquistou a simpatia da comunidade. Como o senhor vê essa conquista?
Akira Kusunoki: Se isso é verdade, significa que o Japão como nação (não eu) é respeitado e amado.
Portal Oriente: O senhor tinha noção da grandiosidade, do respeito, da admiração do povo brasileiro para com a cultura japonesa?
Akira Kusunoki: Quando visitei o Brasil em 1982 havia ainda preconceito contra japoneses e pouca gente comia sashimi. Ao longo de décadas os imigrantes conquistaram a simpatia e respeito do povo brasileiro porque os brasileiros passaram a dar importância aos valores do Japão como responsabilidade, humildade, honestidade, respeito aos outros, etc.
Portal Oriente: O que o senhor acredita que deixou de fazer e que gostaria de ter concluído?
Akira Kusunoki: Fazer mais palestras sobre o Japão.
Portal Oriente: Do seu ponto de vista o que falta nas diretrizes das comunidades Nipo-brasileiras? Das comunidades que o senhor conheceu?
Akira Kusunoki: Aproveitar a força jovem (está melhorando a situação). A participação dos jovens é muito importante.
Portal Oriente: Dentro da cultura japonesa no Brasil o que o senhor acredita que não destacaram, e que o senhor acha importante?
Akira Kusunoki: A vida no interior do Japão onde ainda os valores tradicionais se conservam.
Portal Oriente: Com o olhar de estrangeiro como o senhor descreveria a comunidade japonesa no Brasil?
Akira Kusunoki: Para mim a comunidade Nikkei é como se fosse Embaixador emérito do Japão, porque representa a cultura e os valores do Japão.
Portal Oriente: Falando de Brasil na pandemia, na sua opinião quais os desafios da comunidade Nipo-brasileiro?
Akira Kusunoki: Como encontrar a fonte de renda alternativa para continuar suas atividades sem realizar eventos como Festival do Japão.
Portal Oriente: Para finalizar, da sua experiência no Brasil o que o senhor levaria com muito prazer na bagagem?
Akira Kusunoki: Vozes dos amigos
Diante de tanto conhecimento, Cônsul Kusunoki é uma pessoa inspiradora, fez sua trajetória com muitas histórias no Brasil. Com um currículo invejável, agora segue com destino para as Ilhas Canárias para disseminar a riquíssima cultura milenar japonesa que tanto gosta.
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