De volta às Krônicas, retomo-a por um tema que nunca passara por minha cabeça, que é o gueitebol. Isso, porque essa modalidade esportiva sempre me fora “vendida” como… “um esporte para idosos”; de pouca movimentação física e cujo objetivo seria marcar gols em gueites (arcos metálicos) dispostos numa pequena quadra para jogos disputados entre duas equipes de cinco jogadores cada.
Ledo engano!!!
Comecei a constatar esse meu engano no 1º Campeonato Pan-Americano de Gateball, que fui assistir, veja só, instigado por um jovem amigo, não descendente de japoneses, que me contou, duas semanas antes, com muita empolgação, sobre esse esporte praticado pelo tio da esposa dele, também não descendente!
Pois é. Chegando lá, já fiquei impressionado por ver toda aquela multidão de jogadores ocupando, simultaneamente, as quatorze quadras do estádio Toru Kondo, considerado o maior estádio do mundo de gueitebol. Sabiam?
Pois é. Não tive dúvida! Resolvi fazer matéria a respeito ( https://www.portaloriente-se.com/goiania-a-e-a-campea-do-1o-campeonato-pan-americano-de-gateball-que-consolida-de-vez-a-alta-popularidade-desse-esporte-a-todas-as-idades/ )
Posicionei-me, então, bem na intercessão de quatro quadras de modo que poderia assistir e registrar quatro partidas simultaneamente. Foi quando deu início às minhas “descobertas” e quebrar meus tabus!
De cara! Como assim… “esporte para idosos”? Pois vi muitos jovens, e até adolescentes, jogando… num pan-americano! E jogavam com muita seriedade, dedicação, concentração e… pela equipe!
E não demorei muito a testemunhar mais um inesperado… para mim. Um jogador dando bronca em outro, da mesma equipe, por jogada malfeita; assim como, logo após, outro, vibrando por jogada benfeita. Ou seja, tal como qualquer esporte coletivo! Né, não?!
E me “venderam” também como um “esporte parado”… daí, para idosos! Pois é… constatei o contrário! Quanto mais tempo acompanhava as jogadas e as posturas dos jogadores, cada vez mais ficava impressionado com o dinamismo desse jogo e do quanto os jogadores ficavam envolvidos o tempo todo com o jogo!
E o “meu aprendizado” não parava! Sem nem ainda ter conversado detalhadamente com algum entendido no assunto, pelas minhas observações, já me vieram à cabeça, os jogos de xadrez, majan e sinuca! Xadrez e majan, pelas estratégias, por ter de se fazer jogadas já pensando nas seguintes e nas intenções do adversário; e sinuca, pelas batidas na bola para realizar jogadas, ofensivas ou de defesas. Só por isso o gueitebol já ganhara minha admiração!
Daí em diante só foi lucro!
Como, por exemplo, que por ser um “tabuleiro de humanos”, cada jogador, em sua vez, concentrado em bater na bola, contava com as sugestões dos demais da equipe, que viam o jogo como um todo, para que lhe indicasse a jogada ideal a fazer.
O restante foi mais em relação à regra em si, e de como realizavam tantos jogos simultâneos, com início e fim… ao mesmo tempo! Simples! Cronometragem por autofalante para todas as quadras ouvirem o início, o fim, além de os quinze minutos finais a cada cinco. Incrível! Né, não?!
Ah! Para conhecimento e quebra de outro tabu, esse jogo foi criado no Japão… para crianças! Foi em 1947, logo após o final da segunda guerra mundial, em que o Japão, perdendo a guerra, vivia um momento de grande pobreza e depressão. Nesse cenário, Eiji Suzuki criou o gueitebol como forma de entreter as crianças.
Pois é, caro leitor! Ao restante de meu aprendizado, sugiro para que o façam “in loco”, indo prestigiar um desses torneios que, atualmente, são muitos, promovidos pelas 23 regionais da UCGB (www.gatebol.org.br) por todo o país! É mole?
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