Há 115 anos, o visionário japonês Ryu Mizuno trouxe 781 japoneses a bordo do navio Kasato Maru, que aportava em 1908 em terras brasileiras carregando esperança, sonhos e a primeira geração daqueles que se tornariam os imigrantes japoneses no Brasil.
Para celebrar esse marco e a bem sucedida união da cultura brasileira com a cultura japonesa vamos contar a história de mulheres que saíram da agricultura e que são remanescentes da Cooperativa Cotia, nasceu a ADESC – Associação Cultural dos Departamentos de Senhoras Cooperativistas que trazem produtos orgânicos e gastronomia artesanal familiar.
Em entrevista, a veterana Marina Suhara de 81 anos de idade, e há trinta anos na ADESC destaca a importância das cooperadas manterem as atividades dos funjinkais. “Como ex-funcionária da Cooperativa Cotia herdei grande aprendizado, ao longo dos 30 anos na ADESC venho desenvolvendo trabalhos desafiadores com outras cooperadas”, comenta.
“Colocamos em prática atividades que unem os Funjinkais do Cinturão Verde, do Sudoeste e Norte do Estado de São Paulo. A importância dessas atividades dão autonomia e a identificar o valor de cada associada japonesa a vivenciar a autoestima. Além disso, favorece a ganhar seu próprio sustento com os trabalhos e gastronomia artesanais. Dá continuidade na ADESC, ela tem essência, força e valores da nossa cultura”, afirma.
“Vejo os 115 anos da imigração japonesa não foi em vão, tivemos grandes avanços que não foram fáceis, mas conquistamos hegemonia na sociedade brasileira. A cultura japonesa foi aos poucos inserida na cultura brasileira, a gastronomia japonesa encantou o paladar dos brasileiros. Assim como a cultura brasileira está embutida em nós nipo-brasileiros, aprendemos a nos expressar com o tato, com o abraço”, finaliza Marina.
Para a coordenadora do Feira de AOBA, Cecília Yamazaki resume a ADESC como sua segunda família, sua segunda casa, a cada dia é um aprendizado, com empatia à solidariedade. “A união, a perseverança das mulheres motivam a melhorar os negócios e ser uma pessoa melhor. O envolvimento de todos e o movimento das associações que levou a superar todas as dificuldades.”, diz.
“Na minha opinião, como terceira geração vejo os 115 anos de imigração japonesa com muita admiração e muita coragem daqueles que atravessaram os mares e vieram tentar a sorte no Brasil. Esse sentimento me fortalece a dar continuidade nos trabalhos dos antepassados, o quanto é importante e prazeroso a união de poder contribuir e fazer parte da ADESC, meu sentimento é de muita gratidão”, conclui Cecília.
As atividades dessas mulheres empreendedoras podem ser apreciados no coração do bairro da Liberdade onde acontece o Feira de AOBA na Associação de Miyagui Kenjinkai do Brasil, na Rua Fagundes, 152 – Liberdade – sempre no primeiro e terceiro sábado de cada mês.
Desde então, a comunidade japonesa tem contribuído significativamente para a diversidade da cultural brasileira. A influência cultural japonesa no Brasil se destaca na tecnologia agrícola, culinária, nas artes plásticas, mas também em esportes tais como: aikidô, karatê, jiu-jitsu, kendo, judô, sumô. Além do sushi, a chegada dos imigrantes possibilitou a incorporação de uma variedade de frutas, verduras e legumes, tais como caqui, maçã, pera, acelga, espinafre japonês, broto de feijão, broto de bambu, rabanete, abóbora kabotiá, entre uma diversidade de produtos, enriquecendo a culinária nipo-brasileira.
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