Não nasci em Sampa, mas me considero como um verdadeiro paulistano porque convivo com a cidade desde janeiro de 1961, quando, com a família, nos mudamos para cá, vindos de Fernandópolis!
Afirmo ser verdadeiro não devido ao tempo, mas por tê-la vivido intensamente todo esse período.
Por exemplo, 3 dias após ter chegado em Sampa, devido à proximidade do aeroporto de Congonhas à nossa casa, “levado” por um primo e um irmão (sou o caçula dentre os homens), resolvemos conhecê-lo… sem sabermos o caminho! Nem a distância. Apenas o imaginávamos perto por ver os aviões decolando e aterrissando. Uma aventura! Na volta nos perdemos. Não me recordo se cheguei ao desespero, apenas de que a ida fora por um lado e o retorno por outro… rs.
Fui também da época dos bondes. E os usava para ir à escola porque a linha passava na avenida Jabaquara, pertinho de casa. O fato marcante foi em um dia de chuva quando o esperava chegar, cujo trilho ficava ao longo da ilha da avenida. Um carro passou rasante sobre uma poça d’água e me deu um banho de água suja. Não fui à escola. Voltei chorando para casa.
Mais tarde, ainda morando perto do Jabaquara, fui fazer cursinho perto da Praça 14 Bis (Av. 9 de Julho). Na época havia poucas linhas de ônibus, ou seja… sempre lotados! Não me recordo quando tempo levava, mas com certeza mais de hora.
Nessa época, quando já vigorava o governo intervencionista militar, como precisava trabalhar para pagar a faculdade e meu primeiro ano, básico, me ocupava o dia todo, fui trabalhar em um banco à noite. Entrava às 19h e saía à 1h da madrugada. Nunca senti momento de perigo de assalto.
Aliás, a propósito disso, ainda nessa época namorei uma garota que morava no Bom Retiro e eu ainda perto do Jabaquara. Minha sorte é que uma linha me bastava para ir namorar. Mas na volta, tarde da noite, cansado e naquele itinerário longo, algumas vezes adormeci no ônibus para acordar apenas no ponto final e ter de voltar a pé para casa. Perigo? Nenhum!
Ainda nesse período consegui projetar e construir minha própria casa. Projetei a grade da frente com um metro de altura. Alguns anos após findar o período intervencionista, ladrões entraram em minha casa. Troquei a grade por um portão alto elétrico!
Anos depois, fui fazer um curso extra curricular de 2 anos no Japão. Um ano e meio após retornar ao país transformei-me em mais um número na estatística da violência urbana, razão que me fez voltar ao Japão na condição de decasségui.
Mas aqui também conheci minha esposa, outra verdadeira paulistana (desde 1963), com quem estou casado há 44 anos, tivemos filho e neto e… bem como, publiquei meus livros… rs.
Ou seja, pro bem ou pro mal minha relação com Sampa sempre foi muito intensa e marcante. Né, não?!
Otanjoubi omedetou, Sampa! (Feliz aniversário, Sampa!)
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