Colunas Krônicas

A vez das Forças Armadas?!!

Calma, Caro Leitor! Não é o que penso… ainda, apesar de já achar que não estou muito longe disso. Não apenas pelos recentes acontecimentos, mas também… rs.
Sempre fui contra intervenções militares aos rumos da Nação e tive razões de sobra para isso, não apenas por ter vivido o auge dos governos militares, como por tê-lo sentido na própria carne.
Reparou que não afirmei ditatura militar, mas governo militar? E olha que, em 1977, até cartum insinuando o AI-5, fiz.
Pois bem, formei-me em 1974 e o último governo militar foi em 1985. Antes de entrar na faculdade, em 1969, fiz cursinho. E como de arquitetura, por ser de Humanas, tive aulas também de História e cujo professor tinha ‘largo” conhecimento. Até que um dia, após as férias de julho, o diretor nos informou que ele não mais retornaria porque fora perseguido por militares, resistido e morto.
Jovem que era, alienado, não dei bola e prossegui o segundo semestre como se nada houvesse acontecido. E passei no vestibular.
Certa vez, antes de me formar, tendo projetado uma residência para meu irmão mais velho, enquanto aguardava o pessoal da sondagem, em frente ao terreno, uma viatura policial me abordou e antes que piscasse, tinha a ponta de um fuzil encostada na minha testa. A sorte foi meu irmão ter chegado nesse momento.
Dois fortes exemplos que poderiam me levar a afirmar ditadura militar. Né, não?! Não!
É que minha “ficha sempre demora a cair”.
Senão vejamos! Na época tive uma namorada que morava no Bom Retiro e eu na Praça da Árvore. Algumas vezes, na volta da casa dela, tarde da noite, cheguei a dormir no ônibus para acordar apenas no ponto final e ter de voltar a pé para casa; inúmeras vezes fui a bailes cujos retornos eram semelhantes, mas de madrugada! Não me recordo de alguma vez ter ficado com medo de ser assaltado.
O governo militar acabou em 1985. Em 1989 fui ao Japão pela quarta vez (1ª bolsista, 2ª lua-de-mel, 3ª Universidade Nagoya), mas como decasségui por ter entrado na estatística da violência urbana no Brasil. Em 2003, por nos ausentarmos três dias devido a um Paulistão de Karaokê, tivemos nossa casa invadida por ladrões. Daí, coloquei grades altas na fachada e, hoje, vivemos presos em nossa própria casa.
Isso, no nível de nós, simples mortais.
Agora, como se não bastassem os políticos picaretas que temos, vem o STF querer nos atropelar!
O pior é que, nesse caso, nem as grades adiantarão!

Silvio Sano

- ARQUITETO, pela Univ. Mackenzie (1974), tendo como auge o projeto executivo da arquibancada superior do Estádio Santa Cruz (Recife), em 1981/82; ESCRITOR (sete livros, um dos quais: Corinthians, 100 Anos - Gols Ilustrados); COLUNISTA e CHARGISTA, desde 1996; JORNALISTA, com MTb desde 2012; e, COMPOSITOR (haicais e versões em português de músicas estrangeiras);
- conhece o Japão por quatro óticas diferentes (bolsista, 1975; lua-de-mel, 1980; Univ. Nagoya, 1985/87; e. decasségui, 1989/92);
- um dos administradores dos sites Nikkeyweb e Portal Oriente-se.
- Palestrante (tema atual: Konflitos Nikkeis, mesmo após mais de um século);
- tem páginas no Facebook, Twitter, Instagram e canal no Youtube
- email: silvio.sano@yahoo.com

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