Muitos temas como esse são indesejáveis, mas necessários de se abordar até para manter o debate a respeito e até, quem sabe, favorecer necessitados. Por isso, trago-os.
Na verdade, retomo esse devido às recentes notícias do Japão de que famosos, seguidamente, se suicidaram, o que me remeteu às krônicas relativas que já escrevi.
Pois é. Apenas no mês passado quatro deles se suicidaram naquele país. Sei Ashima (36 anos), atriz; Takashi Fujiki (80), ator; Yuko Takeuchi (40), atriz; e Taku Sekine (39), chef; e, neste, a guitarrista Maisa Tsuno (29), a confirmar. Antes, ainda neste ano, outros dois já tinham feito o mesmo. Em maio, Hana Kimura (22) e em julho, Haruma Miura (30). Esses, dos que fiquei sabendo.
Mas por que falar de famosos se a média mensal no país supera 1.600 casos e apenas no ano passado, mais de 20 mil japoneses deram fim às próprias vidas?
Cito-os porque cheguei à conclusão de que, naquele país que pressiona intensamente seus cidadãos em quaisquer setores (escola, esporte, trabalho, etc.) e de cotidiano repetitivo, a morte de famosos influi, sim, naquela média mensal, independentemente da forma. Testemunhei isso quando um cantor popular se suicidou pulando de um prédio. No mesmo dia e nos seguintes, quase um mês inteiro, muitos fãs repetiram o ato, até mesmo em grupo, de mãos dadas!
Minha atenção ao tema foi chamada desde quando fui ao Japão pela primeira vez, como bolsista (1975), ao tomar conhecimento do número assombroso de casos no país e de que até locais preferidos para isso havia!
Mas minha conclusão vem de uma somatória de razões e após constatar que nos países desenvolvidos e sem problemas econômicos eram onde mais os ocorriam até porque, em contrapartida, tinham cotidianos repetíveis… que acabavam por justificar também a prevalência de serial killers, suicídios em massa, e até streaking, neles.
E o japonês tem ainda a seu favor (?!) o tradicional suicídio em defesa da honra (haraquiri), ou o por algum ideal (kamikaze).
Ou seja, em cotidiano sem motivação e estrutura psicológica, perder a referência como um ídolo, pode mesmo levar a isso. Né, não?!
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