Com a preocupação da ausência de nikkeis na política brasileira, o sempre deputado Hatiro Shimomoto teve a iniciativa e criou o “Movimento Político Nikkei – MPN”, para debater como a comunidade pode ajudar a eleger seus candidatos. O primeiro Simpósio aconteceu em 29 de março com a participação de seis políticos: Deputado Estadual Helio Nishimoto, Deputado Estadual Coronel Paulo Nishikawa, ex-deputada Federal Keiko Ota, Vereador Masataka Ota, Vereador George Hato, Vice-Prefeito de Guaratinguetá Régis Yasumura reunindo com lideranças de entidades nipo-brasileiras.
Na segunda edição do Simpósio do Movimento Político Nikkei realizado no dia 14 de junho, a frequência foi menor devido à greve geral que tomou conta do país, compareceu os deputados estaduais Corenel Paulo Nishikawa e Helio Nishimoto, Verador Aurélio Nomura, e representante do vereador George Hato, Olímpio Kosonoe. Com pauta na importância da união das entidades nipo-brasileiras com os candidatos políticos nikkeis, com discussão para projetos de lei.
Durante o Simpósio foi apresentado uma sugestão de projeto de lei sobre as farmácias que funcionam 24h disponibilize de sanitários para usuários principalmente idosos, de autoria da munícipe e médica aposentada, Layde Oguime, moradora da Penha, na zona Leste da capital paulista. Também se discutiu o uso obrigatório de uniforme escolar, a redução da maioridade penal caia para 15 anos, e propostas de projetos contra a corrupção.
O empresário e ex-deputado Hatiro Shimomoto vê com preocupação o excesso de candidatura, porém a diminuição de candidatos nikkeis eleitos. “Para quem acompanha as eleições em todo o país, a cada eleição sobe o número de candidatos nikkeis, porém sem êxito de subir ao parlamento”, recorda. “Não é dizer que temos políticos ruins, muito pelo contrário temos exemplares políticos e grandes líderes, só que não estão falando a mesma língua com toda a sociedade nikkei, ficam em seus redutos e se esquecem dos demais, afinal ele não vai só definir leis ou emendas para aquele reduto do qual pertence, e sim para a sociedade como todo”, destaca Shimomoto.
“Criei o ‘Movimento Político Nikkei’ para alertar, discutir, ouvir e colocar em prática o desejo da sociedade nipo- brasileira e brasileira”, afirma. Segundo Shimomoto há necessidade de unir a sociedade Nikkei e criar meios para garantir e fortalecer a presença de políticos nikkeis em todas as esferas parlamentares no país.
O Cônsul Geral do Japão em São Paulo,Yasushi Noguchi em seu discurso falou da importância da representação dos políticos nikkeis no Brasil. “A existência de estadista nikkeis na sociedade brasileira fortalece e estabelece ainda mais os laços do Brasil e Japão e auxilia para fomentar a cultura japonesa e dos negócios com o Japão”, ressalta o diplomata.
Em sua fala o cônsul Noguchi diz apreciar esses esforços de unir os políticos nikkeis em São Paulo e a comunidade japonesa. “A comunidade japonesa precisa do apoio dos políticos nikkeis, e os políticos precisam da comunidade”, conclui cônsul Noguchi.
O deputado Estadual Helio Nishimoto concorda na integração da comunidade com os políticos. “O imprescindível é termos políticos capazes em todas as esferas que nos representam de forma positiva”, comenta. O parlamentar salientou da rejeição da comunidade e entidades em se envolver com políticos, devido à corrupção que assola o país. Mas este movimento vem reunir e esclarecer o fundamental apoio da sociedade Nikkei aos políticos nikkeis e vice versa. “Acredito que para o bem do País e para o bem da sociedade, é fortalecer o trabalho político”, sintetiza deputado Nishimoto.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, Renato Ishikawa vê a iniciativa muito positiva. “Esse evento é importantíssimo, pois devemos valorizar os nossos políticos, falta essa união e apoio. O Brasil é o maior reduto de nikkeis, porém a comunidade não elege os nikkeis”, diz. “Não prospera ficar com essa ‘falsa moralidade’ de que não se pode se unir a políticos. As entidades não têm que fazer politicagem, se tem que ajudar a eleger os políticos, no sentido ‘político positivo’. As entidades precisam sair da zona de conforto e ser mais participativas com os políticos”, resume Ishikawa.
Coronel aposentado Paulo Nishikawa, se elegeu deputado estadual através das redes sociais, diz que, “não sou político, eu estou político”. Reconhece que não teve o apoio da comunidade, e fez toda sua campanha pelas redes sociais, onde gastou 10 mil reais. “Quando procurei as entidades nikkeis, ninguém deu nenhuma atenção. Acredito que toda entidade tem que ser apartidária, mas tem que ser político no sentido de participar das decisões políticas”, lembra e destaca o deputado Nishikawa.
Durante o Simpósio foi apresentado uma sugestão de projeto de lei sobre as farmácias que funcionam 24h disponham de sanitários para usuários (esfera municipal) de autoria da munícipe e Médica aposentada Layde Oguime, moradora da Penha, na zona Leste da capital paulista. Também se discutiu o uso obrigatório de uniforme escolar e a redução da maioridade penal passe para 15 anos, e propostas de projetos contra a corrupção.
Para finalizar outra sugestão discutida pelo sempre deputado Shimomoto foi a possível redução do número de municípios. “Tem município, que conta com poucos habitantes, que são obrigados a ter uma sede de prefeitura, obrigados a eleger um prefeito, um vice-prefeito, e ter ínfimo de nove vereadores, provocando gastos aos cofres públicos. Tem máquinas públicas que não conseguem honrar com os pagamentos e os salários de prefeito e de seus funcionários”, alerta o empresário.
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