Domingo passado, 28 de abril, tive a enorme satisfação de participar do 18º Concurso de Karaokê da Amizade, da Associação Agro-Cultural e Esportiva Guatapará, realizado em sua sede social, por sinal, espetacular, visto que a população da cidade é de aproximadamente 7,5 mil pessoas e, atualmente, a associação não conta nem mais com cem famílias japonesas associadas.
A comunidade japonesa local é ainda muito conhecida pela forte preservação da cultura japonesa, apesar de também ter contra si as atrações das cidades grandes, e até do próprio Japão, aos jovens da região.
No começo, a partir de 1962, mais de 130 famílias, vindas de sete províncias japonesas, foram trazidas pela empresa estatal Japan Migration and Colonization (Jamic) a essa região, atualmente denominada Mombuca, onde havia adquirido terras. Por isso, o clube foi construído com previsão para cerca de 300 famílias. Mas com o progresso do Japão a partir das Olimpíadas de Tóquio, nos anos setenta, muitas resolveram retornar ao país.
A criação de bicho da seda e a plantação de arroz, feijão, milho e hortifrútis foram alguns dos negócios desenvolvidos no começo. Depois, vieram o cultivo da raiz da Flor de Lótus (Renkon), do shimeji e ovos, que tornaram marcas de qualidade dessa comunidade.
Muito ainda haveria a se falar dela, em especial da simpatia e caloroso acolhimento de seus moradores aos visitantes, mas algo em especial chamou-me a atenção pelo forte vínculo com minha esposa: os dousenshas (pessoas de mesmo navio).
Pois é, minha esposa chegou ao Brasil em 1963 e no mesmo navio vieram algumas dessas famílias que se dirigiram diretamente para Guatapará. Dá para imaginar como foi o reencontro?
Quando chegaram ao Brasil, os que ainda estão vivos eram jovens, adolescentes ou crianças, além de fazer mais de 55 anos sem se verem. Ou seja, como minha esposa tinha apenas dez anos, não se lembrava deles… e nem eles dela. Mas e daí? O que captei foi enorme satisfação e alegria estampadas em seus rostos apenas pelo ocorrido provocado por um evento de karaokê,
Bacana. Né, não?!
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