O lançamento do livro “Gerenciamento do Processo e o Acesso à Justiça”, do magistrado nikkei Marcus Vinicius Kiyoshi Onodera, acontece no dia 29 de agosto, das 18h30 às 21h30 na Livraria da Vila, na Alameda Lorena, 1731, Jardins, em São Paulo, na capital. Em sua primeira obra, trata de tema atual e relevante no Direito, qual seja, o gerenciamento do processo. Onodera defende uma conduta ativa do juiz na condução do processo para um julgamento mais rápido, eficiente e justo. A obra é fruto de sua tese de doutorado na Faculdade de Direito da USP.
Descendente de Okinawa pelos avós maternos, e de Ibaraki pelos avós paternos, nasceu em São Caetano do Sul. Marcus Onodera, como é conhecido pelos amigos, ingressou na magistratura há 13 anos. Atualmente Juiz Assessor da Presidência da Seção de Direito do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ele conta como surgiu a ideia de escrever o livro. “Desde que me tornei Juiz, busco decidir os processos de forma justa e rápida, pois existem pessoas, muitas vezes, sem condições financeiras, que esperam por um julgamento rápido e justo. Infelizmente, apesar do esforço de nossos juízes, há atualmente mais de 70 milhões de processos em andamento, conforme dados recentes do CNJ. Por isto, influenciado pelo professor Kazuo Watanabe, passei a estudar o gerenciamento do processo, que consiste basicamente em uma maneira de o juiz conduzir o processo para chegar a uma solução mais rápida e mais justa. Assim, espero que esse estudo possa ser uma modesta contribuição para resolver os diversos desafios enfrentados pela Justiça atualmente”, afirma Onodera.
O prefácio é do professor e desembargador aposentado Kazuo Watanabe. Ele comenta que a obra “enfrenta tema de extrema relevância para o adequado funcionamento do Judiciário brasileiro – “gerenciamento do processo” (case management)”. Watanabe aponta que este instituto “trará uma “mudança radical de paradigma”, tornando o juiz brasileiro mais ativo na condução do processo”. E assim faz a seguinte reflexão: “Ponho grande fé em que esta obra venha a estimular os magistrados de nosso país à adoção de postura mais ativa na condução das demandas, levando-os ao estudo coletivo, em grupos de trabalho, para a concepção de modelo mais adequado ao país, atendidas as peculiaridades regionais e as especificidades das causas. No campo científico e acadêmico, certamente provocará pesquisas e novos estudos pelos pesquisadores e doutrinadores, que aprofundarão cada vez mais o estudo desse importante tema”.
Já a apresentação da obra foi escrita pelo professor e desembargador aposentado Antonio Carlos Marcato, em que narra um pouco da vida de Onodera: “tenho acompanhado a trajetória de Marcus Onodera ao longo dos anos, que conheci pouco após ter se formado pelas Arcadas do Largo de São Francisco. Já em 2004, ingressou na Magistratura Paulista e, passados alguns anos, nos reencontramos, quando ele ultimava seu Doutorado no Largo de São Francisco. À época, discutia-se no Congresso Nacional o projeto do novel Código de Processo Civil e a Associação dos Magistrados Brasileiros constituiu uma comissão para analisá-lo. Tive a honra de ser dela o relator e Marcus, o secretário-geral, na ocasião nos tornamos grandes amigos. Desde essa época, vi neste jovem e brilhante estudioso a incessante busca pelo aperfeiçoamento do acesso à justiça – ordem jurídica justa, nas palavras de Kazuo Watanabe. A experiência como juiz certamente o influenciou no modo de enxergar o Direito, guiando-o ao tema desta obra, sua tese de doutorado, que agora vem a público. Estudioso do sistema da Common Law norte-americana, Marcus buscou inspiração no Direito norte-americano para criar novas e efetivas soluções aos intrincados problemas do processo civil brasileiro. Para suas pesquisas, foi recebido pelo Centro Judiciário Federal (Federal Judicial Center), think tank do Judiciário federal norte-americano, onde estudou as técnicas do case management norte-americano. Pensar o Direito, para criar um futuro melhor, requer contínuo sacrifício, dedicação e talento. Nesta nova geração de processualistas, Marcus Onodera reúne essas qualidades”, conclui o professor.
Deixe seu comentário