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Com Festa da Colheita, Colônia Mombuca comemora 60º aniversário com sucesso!

A cidade de Guatapará já foi duas vezes protagonista da imigração japonesa no Brasil. A primeira, quando escolhida como uma das seis grandes fazendas de café do país para receberem os primeiros imigrantes japoneses que vieram ao Brasil pelo Kasato Maru. Cinquenta e duas famílias foram para Guatapará.
Mas por várias razões, como febre amarela, desentendimentos com proprietários e até quebra da Bolsa de Nova York, fazendo com que até a própria fazenda fosse vendida, em 1942, essa primeira aglomeração de imigrantes japoneses foi se desfazendo para, como segundo protagonismo, formarem uma nova, de forma oficial e definitiva, em 1962, para formarem a atual colônia de Mombuca, via empresa japonesa JAMIC – Imigração e colonização Ltda, próximo de Guatapará, onde produzem moti, alho, cogumelo medicinal, raiz de lótus (renkon) e ovos.
Ou  seja, hoje, é um distrito de Guatapará e os japoneses locais resolveram fundar a Associação Agro Cultural e Esportiva de Guatapará com a construção de um kaikan (clube) para realizarem seus eventos de confraternização, como essa Festa da Colheita que já se tornou tradicional em toda a região.
O kaikan se localiza na Av. 12 de Janeiro, 377 – Mombuca – Guatapará e seu email é aaceguatapara@gmail.com.

A Festa da Colheita 2022

Para as comemorações dos aniversários da Colônia Mombuca criaram a Festa da Colheita, razão de ocorrer sempre nos meses de julho, data de sua fundação oficial. Com isso, como a esse 60º Aniversário da Colônia Guatapará, além de possibilitar mostrarem suas produções agrícolas e de granjas, para atrair visitantes e os manterem o maior tempo possível no local, oferecem também atrações vinculadas à cultura, arte e culinária japonesa. Por isso, já em sua 60ª edição, continua atraindo não apenas pessoas da região como de todo estado de São Paulo, e até do Paraná.
A Festa deste ano ocorreu nos dias 9 e 10 de julho, com exposição e venda de produtos agrícolas e artesanais locais em ambientes próprio, além dos shows e atrações ocorrerem no palco do Grande Auditório.

A programação oficial do evento, portanto, como em todos os anos, teve início com a Missa Solene no Cemitério de Mombuca, às 10 h, ministrada pelo Reverendo Dom Moacir Silva e o Padre Josirlei Aparecida Silva, onde se encontra o túmulo onde estão as ossadas de alguns dos primeiros imigrantes vindos pelo Kasato Maru. Dela, além de toda diretoria e associados, participaram também algumas autoridades locais  e outras vindas diretamente de São Paulo.

(foto: Shinji Shiramizu)
(foto: Shinji Shiramizu)

À Abertura Oficial deste ano, que teve início às 11h, devido ao assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe às vésperas do evento, pela primeira vez, não pode contar com nenhum representante do Consulado Geral do Japão, conforme justificou Tsuneo Mogui, presidente da Associação, ao abrir o evento logo após a cerimônia de hasteamento das bandeiras e do minuto de silêncio em memória ao ex-ministro do Japão.

Convidados pelos mestres cerimoniais, Masato Takaki e Satye Shizukuda, subiram ao palco, além do presidente da associação, o reverendo e o padre, todos que participaram na missa, como Reiko Kawamura, representante da Jica; Jorge Yamashita, do Bunkyô-SP; Eiki Shimabukuro, do Enkyô-SP; Juraci Costa da Silva, prefeito de Guatapará; outras autoridades locais e de regiões vizinhas.

Para encerramento dessa cerimônia de Abertura, a Associação, pelas mãos de seu presidente, homenageou  todos seus associados acima de 85 anos de idade, num total de dezesseis.

Tão logo foi encerrada a Abertura Oficial, deu-se início às atrações, conforme programação de conhecimento público, começando por taikô de jovens locais que formam o Grupo Makoto Guatapará.

A partir daí, apresentações foram seguidas e alternadas de buyô, taikô, shamisen, shakuhachi e minyô com cantores de karaokê. A esse primeiro dia as atrações foram reservadas aos artistas, grupos de taikô, minyô, buyô e cantores vindos de São Paulo, Campinas e Taubaté. Os grupos foram: Ryukyuu Koku Matsuri Taikô, Kaito Bando (minyô); Kyofujima Monkasei (Chiyoko Tanaka e Marina Yakuwa); e os cantores, por ordem de apresentação, Kiyomi Watanabe, Kazuyo Akatsuka, Silvio Sano, Yukie Watanabe, Ivone Umeki, Luci Hino, Kazue Takahira, Yutaro Kimura, Noriko Kurimoto, Mitsue Kina, Tadashi Hino e Marilia Tsuda. Os de Taubaté foram Victor Barbosa (shamisen) e Glauco Hades (shakuhachi) e de Campinas, Katsunori Shimabukuro e o casal Kenmei e Emilia Toda.

No segundo dia a prevalência foi aos artistas e cantores locais, e de regiões vizinhas, com a mesma vibração do dia anterior, até porque houve muitas apresentações de odori e yosakoi, com participação marcante dos jovens, coroando as apresentações de palco com sucesso e agrado geral do público, também vibrante, conforme ilustração nesta, dos jovens do Grupo Makoto Guatapará.

(foto: Agnes Yoshinaga)
(foto: Yumi Ebisawa)

(texto: Silvio Sano – fotos: do próprio, de Shinji Shiramizu, Agnes Yoshinaga e Yumi Ebisawa)

Silvio Sano

- ARQUITETO, pela Univ. Mackenzie (1974), tendo como auge o projeto executivo da arquibancada superior do Estádio Santa Cruz (Recife), em 1981/82; ESCRITOR (sete livros, um dos quais: Corinthians, 100 Anos - Gols Ilustrados); COLUNISTA e CHARGISTA, desde 1996; JORNALISTA, com MTb desde 2012; e, COMPOSITOR (haicais e versões em português de músicas estrangeiras);
- conhece o Japão por quatro óticas diferentes (bolsista, 1975; lua-de-mel, 1980; Univ. Nagoya, 1985/87; e. decasségui, 1989/92);
- um dos administradores dos sites Nikkeyweb e Portal Oriente-se.
- Palestrante (tema atual: Konflitos Nikkeis, mesmo após mais de um século);
- tem páginas no Facebook, Twitter, Instagram e canal no Youtube
- email: silvio.sano@yahoo.com

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