A JETRO, Organização de Comércio Exterior do Japão, estará com um estande no Festival do Japão, em São Paulo, para promover a famosa carne wagyu e o arroz japonês. Essa ação é a primeira de várias que o escritório da JETRO São Paulo fará neste ano para divulgar esses produtos, com o objetivo de torná-los mais conhecidos do público brasileiro e incentivar o seu comércio para o país.
Durante o evento, que acontece entre os dias 15 e 17 de julho na Expo São Paulo (Rodovia dos Imigrantes, km 1,5), haverá degustações e palestras com especialistas, um deles vindo do Japão, para explicar o que torna esses dois produtos tão apreciados em todo o mundo. “Wagyu” se refere às raças de boi japonesas que se tornaram famosas pela carne marmoreada: a gordura entremeada entre as fibras musculares cria um desenho parecido com os veios do mármore. Essa característica é responsável pela textura, maciez e sabores inigualáveis desse produto. Para falar sobre essa carne, a JETRO está trazendo ao Brasil o especialista Kenichiro Yamazaki. De uma família de criadores de wagyuda província de Miyazaki, no sul do Japão, Yamazaki estudou gastronomia e trabalhou em restaurantes em diferentes países, como Cingapura e Tailândia. Hoje, dedica-se a divulgar a carne wagyumundo afora. (Saiba mais sobre o wagyu abaixo.)Já o arroz japonês tem como característica a sua maciez no paladar, que lhe confere um sabor ligeiramente adocicado e consistência glutinosa.No Festival do Japão, as palestras e degustações serão conduzidas pela chef Cristina Eguchi. Cristina é chef de cozinha internacional pelo Senac, mestre em gelateria pela Carpigiani Gelato University de Bolonha na Itália , instrutora de confeitaria e gelateria da Universidade Anhembi Morumbi, e já atuou como chef confeiteira no restaurante Fasano. (Saiba mais sobre o arroz japonês abaixo.) “Acarne wagyu e o arroz japonês conquistaram o Ocidente e queremos incentivar que mais pessoas no Brasil também conheçam as qualidades e o sabor inigualável desses produtos”, afirma Hiroyuki Saito, diretor de comércio exterior da JETRO no Brasil, em São Paulo. “Ao torná-los mais conhecidos, esperamos também fomentar e abrir novos canais de comércio entre o Japão e o Brasil.” Segundo Saito, a importação do wagyu diretamente do Japão já é permitida desde 2019 e, em 2020, apesar da pandemia, a importação cresceu 80%. Ao longo de 2022,haverá mais iniciativas da JETRO São Paulo para promover esses produtos, explica ele.
Informações sobre as palestras e degustações no Estande da JETRO no Festival do Japão: Diferenças entre o Wagyu japonês e o Wagyu brasileiro, com Kenichiro YamazakiYamazaki irá falar sobre o cruzamento da raça wagyu japonesa com a brasileira, o preço da carne, as atividades globais de difusão da carne wagyu, entre outros aspectos. Yamazaki irá usar uma espada japonesa para fazer o corte da carne. Haverá degustação em seguida. Qualidades e diferenciais do arroz japonês, com a chef Cristina Eguchi.
A chef abordará as particularidades do arroz produzido no Japão. O arroz que será usado nesta demonstração é o Koshihikari (Ayanishiki –JFC) do Japão, importado especialmente para este evento (atualmente não há importação de arroz do Japão). Para o workshop, a chef Cristina irá explicar como é feito o cultivo do arroz japonês e ensinará a preparar corretamente esse arroz. O público poderá experimentar o resultado.
Especialista em wagyu: Kenichiro Yamazaki Nascido em 1979 na cidade de Mimitsu, província de Miyazaki, ao sul do Japão, é sobrinho de um criador de gado de uma pequena fazenda e, por isso, teve familiaridade com a pecuária desde a juventude. Estudou gastronomia com o objetivo de se relacionar com o mundo através da cozinha. Consolidousua formação cultural na Kyoto Culinary Art College. Em seguida, rumou a Paris, onde trabalhou no Le Taillevent, bistrô que conquistou duas estrelas Michelin. De volta ao Japão, trabalhou no Westin Hotel Osaka. Em 2018, resolveu atuar no exterior. Participou da criação de restaurantes em Cingapura e Bangkok, sendo, nesta última cidade, uma casa especializada na carne: o Homura Wagyu Kaiseki. Atualmente Yamazaki tem a sua base no Japão e divulga a carne wagyu para o exterior, mostrando todas as potencialidades de utilização deste insumo autenticamente japonês.
Especialista em arroz: CristinaEguchi Cristina Eguchi é nutricionista, chef de cozinha internacional pelo Senac, mestre gelataia (ou gelatiere) pela Carpigiani Gelato University de Bolonha, Itália, e instrutora de confeitaria e gelateria da Universidade Anhembi Morumbi. Atuou como chef confeiteira no restaurante Fasano e participou dos programas de TV “Mais Você” e “Melhor da Tarde”. Para Cristina, que é filha de japoneses, o arroz sempre foi o alimento básico das refeições. No seio da família, ela aprendeu sobre a importância do oniguiri (bolinho de arroz salgado ou recheado), mas o arroz também era servido como ochazuke (com chá) ou cozido com elementos proteicos ou vegetais da estação, neste casochamado de takikomi-gohan. Aprendeu, ainda, a fazer o shari, o arroz temperado para sushi.Toda essa formação com o arroz é importante porque ele é a base da culinária japonesa.
INFORMAÇÕES SOBRE A CARNE WAGYU
O diferencial da carne wagyu o teor de gordura de uma carne tem relação direta com o seu sabor. Uma boa carne é aquela que mantém o equilíbrio entre a suculência e a maciez (definidas pelo teor de gordura) e o paladar e o aroma (resultado da qualidade dessa gordura). E a carne wagyu é famosa porque a gordura, infiltrada entre as fibras musculares,a deixa com uma aparência semelhante aos veios do mármore e é responsável pela textura da carne.
A carne wagyu é unanimidade entre especialistas por sua excelência e conquistou o Ocidente pela sua maciez e sabor inigualáveis,resultado dessa genética do boi associada a uma alimentação rica em amido. No Japão, o budismo impediu o consumo da carne bovina durante muito tempo. Mas a partir da Restauração Meiji (1868) houve um abrandamento nas restrições alimentares.
Algumas raças estrangeiras foram trazidas ao Japão, mas a Wagyu, que se refere as raças milenares japonesas, ainda hoje é mantida e passa por uma seleção minuciosa, que busca a carne com a infiltração ideal de gordura em suas fibras. Onde é produzido o Wagyu. O Japão não tem um território apropriado para grandes pastagens, por ser um arquipélago com muitas regiões montanhosas. Assim, os produtores desenvolveram métodos de confinamento e produção pecuária em dimensões reduzidas. Cada província do país tema sua produção, com espécies e características distintas. Segundo levantamento da Japan Meat Information Service Center, a província de Hokkaido ostenta a maior quantidade de cabeças, sendo a maioria de gado de leite, devido às condições mais favoráveis para a pastagem e um território maior, o que gerou uma produção de laticínios bastante significativo.
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